Diferentes iniciativas da sociedade civil e do Estado surgiram com o objetivo de induzir o desenvolvimento sustentável em territórios rurais onde predomina a agricultura familiar. O presente artigo visa avaliar o potencial dos processos de constituição de Indicações Geográficas (IG) em promover o Desenvolvimento Territorial Sustentável (DTS), tomando por base a análise da trajetória de construção da IG Erva-Mate do Planalto Norte Catarinense. A pesquisa combinou revisão bibliográfica e documental com a realização de entrevistas semiestruturadas. O modelo da Cesta de Bens e Serviços Territoriais é apresentado como um enfoque teórico-metodológico que pode ser adotado pelos atores locais, visando um modelo mais abrangente e articulado do processo de DTS. A partir desse enfoque, constata-se que, apesar da longa trajetória de construção da IG da erva-mate, persistem dúvidas quanto ao seu funcionamento entre os atores da cadeia produtiva. Paralelamente, é notória a estrutura de governança constituída no PNC, que possibilita a integração de outras iniciativas. Assim, com base no caso analisado, percebe-se que estratégias de desenvolvimento precisam ser adaptadas às especificidades socioculturais, econômicas e ambientais do Brasil.
Esse artigo pretende refletir sobre a relação entre as estratégias de organização dos atores em redes e as disputas em torno do planejamento, da gestão e da execução de projetos que evidenciam conflitos no âmbito territorial. Utilizando como base a análise teórica e o exame da bibliografia especializada, o texto expõe algumas discussões teóricas acerca da noção de redes, para, em seguida, chamar a atenção para a importância de compreender os conflitos que surgem em torno do planejamento, da gestão e da execução de projetos, dando ênfase à organização dos atores em redes nas disputas, aos conflitos socioambientais associados à implantação de “grandes projetos” e, por fim, às tensões entre projetos entre os próprios atores locais que se expressam em espaços de participação instituídos para gerir algumas modalidades de projetos territoriais. A partir desse percurso argumentativo, sugere-se que os conflitos são constitutivos do processo de planejamento, gestão e execução de projetos. Não raramente, os atores não apenas se organizam em redes estabelecendo alianças com outros atores para planejar, gerir e executar projetos segundo suas concepções, como também o fazem para lutar contra, impedir, barrar, modificar projetos que são impostos por redes de outros atores sobre seus territórios e modos de vida.
RESUMOAs últimas décadas foram marcadas pela emergência das teorias da complexidade e, paralelamente, pela construção das abordagens territoriais do desenvolvimento, processo que colocou em questão o desafio de repensar os procedimentos mais comuns utilizados na área de planejamento e gestão de projetos construídos segundo os pressupostos da racionalidade científica. Situado nessa temática, este artigo reflete sobre a relação entre a racionalização do processo de planejamento e gestão de projetos e a complexidade do desenvolvimento territorial. Para tal, faz uso da análise bibliográfica destacando a relevância da abordagem sistêmica para examinar sistemas complexos, investigando, por fim, alguns elementos de experiências com projetos de crédito rural a agricultores familiares e projetos sociais que fazem uso do Quadro Lógico como instrumento de planejamento e gestão. O texto sugere, por essa via, que existem possibilidades de aprimoramento dos procedimentos e técnicas racionais de planejamento e gestão de projetos para o trabalho em realidades complexas expressas nos territórios, quando se rompe com a unilinearidade das ações interventivas e se assume novas práticas de construção do conhecimento. Palavras-chave: Projetos. Racionalidades. Complexidade. Desenvolvimento. RATIONALITIES AND COMPLEXITIES IN PLANNING AND MANAGEMENT OF PROJECTS ABSTRACTThe last decades were marked by theemer gence of complexity theories and, at the same time, the construction of territorial approaches to development, a process that hás challenged the challenge of rethinking them ost common procedures used in the planning and management of projects built according to the assumptions of scientific rationality. Based on this theme, this article reflects on the relationship between the rationalization of the project planningand management processand the complexity of territorial development. To this end, it makes use of bibliographic analysis highlighting the relevance of the systemic approach to examining complex systems, finally examining some elements of experiences with rural credit projects to family farmers and social projects that make use of the Logical Framework as na instrument of planningand management. The texts uggests, therefore, that there are possibilities for improving the procedures and rational techniques of planning and project management for the work in complex realities expressed in the territories, when it breaks with the unilinearity of the interventionactions and if new construction practices are assumed of knowledge.
In recent decades, soybean has become one of the most important agricultural food crops worldwide. Brazil has been expanding its share in this market, especially since the 2000s when the soybean became its largest export in volume and occupied most of the farming land in the country. That occurred not only due gains in productivity but also through the expansion of mechanized farming into “new land” of the Brazilian Cerrado and Amazon biomes incentivized by countless public policies. The mid-north portion of the state of Mato Grosso greatly contributed to soybean reaching such position, particularly after the 1990s, when the crop experienced a boom in its expansion. As reported in several studies, the crop is predominantly developed in large agricultural enterprises. However, the areas where expansion is ongoing feature various agents – small farmers, squatters, workers, and agrarian reform settlers – who move to these “new lands” and take part in the process of social-ecological transformation motivated by personal and family expectations of achieving better living conditions and who, therefore, actively contribute to the “movement for land.”
Este artigo apresenta uma reflexão sobre a formação de agentes de desenvolvimento no enfoque da Cesta de Bens e Serviços Territoriais (CBST), um dos enfoques que, no Brasil, têm recebido maior visibilidade nos últimos anos. A reflexão evidencia o potencial do enfoque CBST para ampliar as capacidades e competências dos atores públicos, privados e associativos dos territórios, tanto pelas possibilidades reais de apropriação do arcabouço teórico metodológico para a leitura e avaliação dos processos de desenvolvimento, quanto por expor possibilidades de fortalecimento das iniciativas de governança assentadas em um compósito de produtos e serviços específicos do território. Metodologicamente, o artigo baseia-se na revisão bibliográfica sobre o tema, incluindo documentos, relatórios e manuais que versam sobre modelos e iniciativas de formação em Desenvolvimento Territorial Sustentável (DTS), dando destaque às fontes sobre o enfoque da CBST. Com base neste material, desenvolve-se uma análise descritiva e argumentativa. O texto aborda como os enfoques do DTS: Coalizão de Atores e da Cesta de Bens e Serviços Territoriais contribuíram para a formação dos atores territoriais. Em seguida, dá ênfase no enfoque da CBST, cujas formulações podem contribuir para o processo de formação dos atores territoriais tanto da sensibilização para revelar e valorizar recursos e ativos dos territórios, quanto dos mecanismos de fortalecimento da governança territorial, estabelecidos no entorno das "cestas" existentes ou a serem construídas. Por fim, apresenta alguns desafios e iniciativas de formação de agentes de desenvolvimento construídas, especialmente, no estado de Santa Catarina, com base no enfoque da CBST.
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