Ao longo do século XX assistiu-se a uma expansão sem precedentes dos materiais, meios e técnicas utilizados pelos artistas. A arte libertou-se para explorar novos campos do saber que se tornaram, não apenas fontes de inspiração, mas também métodos de trabalho. Disso são exemplos as obras incluídas na chamada “bioarte”, que utilizam o conhecimento e as técnicas do âmbito da biologia e da biotecnologia como materiais artísticos. Neste artigo analisaremos o caso de Nature? (1999-2000) da artista Marta de Menezes (n. 1975), atualmente pertencente à coleção do Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo (MEIAC), procurando realçar as dificuldades que coloca a sua musealização e conservação. Para além do levantamento e estudo do material publicado acerca deste assunto, esta investigação incluiu a realização de entrevistas a Marta de Menezes e aos responsáveis pela conservação da coleção do MEIAC. Foi também consultada a documentação acerca da obra existente neste museu. Esta instalação – que teve origem no trabalho desenvolvido pela artista durante a sua primeira residência num laboratório científico – inclui borboletas vivas, cujas asas são modificadas para fins artísticos. A inclusão de seres vivos implica um aumento significativo do conhecimento que é necessário preservar e transmitir para assegurar a sobrevivência da obra, obrigando a um repensar das estratégias museológicas utilizadas e abrindo novas possibilidades de colaboração entre artistas, cientistas e museus.
Partindo da análise do percurso da instalação Oh la la,… oh la Balançoire/Microcosmos Tentacular (2004-2013; coleção Caixa Geral de Depósitos), da artista portuguesa Susanne Themlitz (n. 1968), este artigo explora algumas das formas como as instalações se alteram ao longo do tempo, a cada nova apresentação. Estas transformações, cujas origens podem ser diversas, desafiam a ideia de estaticidade da obra de arte, obrigando a uma mudança na forma como o museu desenvolve, quer as estratégias de conservação, quer os modos de comunicação da obra ao público. A biografia de Oh la la, que neste artigo se apresenta, constrói-se no cruzamento das informações documentais com aquelas obtidas junto dos diversos intervenientes na vida desta instalação, não só através de entrevistas, mas da observação do processo de montagem da obra e das discussões que estiveram na base de certas decisões. Concluímos que a ideia de biografia pode ser fundamental para o entendimento do percurso da obra e das relações que foi traçando não só com diferentes espaços, mas também com distintos momentos da carreira do artista ou até com outros intervenientes na “vida” da obra.
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