O município de Florianópolis tem 45% do seu território designado como área protegida. Essas áreas estão sendo fragmentadas e degradadas devido ao desenvolvimento de infraestruturas urbano-turísticas. Como consequência, vem ocorrendo a redução da diversidade de ecossistemas e de patrimônio natural, incluindo a perda de geodiversidade e patrimônio geológico, que ainda tem um baixo reconhecimento pelo município. Este artigo apresenta o resultado de um inventário visando a identificação de geossítios representativos da evolução geológica e geomorfológica do município de Florianópolis. Vinte geossítios foram identificados a partir da revisão da literatura geológica e de sugestões feitas por especialistas que pesquisaram a área de estudo. Nove correspondem à categoria geomorfológica “morros, montanhas e elevações” e onze à categoria “planície costeira”. A maioria dos sítios tem fácil acesso, é citada em artigos científicos e embora esteja em áreas protegidas, sua conservação não está garantida. Constatou-se que além do desenvolvimento urbano-turístico, a falta de fiscalização ambiental e do plano de manejo nas áreas protegidas também é uma ameaça à conservação do patrimônio geológico. A conscientização das comunidades de Florianópolis para a importância do patrimônio geológico por meio de ações educativas é essencial, porque só protegemos o que conhecemos.
Fotogra ia aeŕea do setor norte da Serra do Segredo, em Caçapava do Sul, RS, onde se destacam a Pedra do Segredo, em primeiro plano, e a Pedra da Abelha, logo à esquerda, geoformas esculpidas sobre conglomerados luviais da Bacia do Camaquã. Ao fundo, alguns cerros formados por rochas metamór icas e o imponente alto de Caçapava, sobre granitoides diversos, rochas que registram diferentes momentos do Ciclo Brasiliano no sul do Brasil. A paisagem faz parte do Geoparque Caçapava Aspirante Unesco e é parcialmente inserida no Parque Natural Municipal da Pedra do Segredo. Imagem obtida por Felipe Guadagnin. Legenda de André Weissheimer de Borba e Felipe Guadagnin.
Resumo: Devido a uma paisagem cênica única, o município de Florianópolis atrai milhares de turistas e um crescente número de novos moradores. Entretanto, mesmo com 45% do território definido como Área de Preservação Permanente, a diversidade de ecossistemas e de patrimônio natural está sendo degradada devido à construção de infraestruturas urbano-turísticas, o que vem provocando também a perda de geodiversidade, ainda pouco reconhecida pela sociedade. A geodiversidade refere-se à variedade de elementos geológicos e geomorfológicos de um território, que são produto e registro da evolução da Terra. Para fundamentar a necessidade da sua gestão, este artigo teve como objetivo identificar a geodiversidade de Florianópolis, assim como os seus valores e ameaças, por meio de revisão bibliográfica e de trabalho de campo. A geodiversidade do município é enquadrada por duas unidades/domínios geológico-geomorfológico principais: o embasamento cristalino (rochas graníticas intrudidas por diques de diabásio) e o domínio das planícies costeiras (com uma dinâmica recente desenvolvidas em ambientes continental e transicional). Como valores foram identificados o econômico, cultural, funcional, educativo e científico. As ameaças consistem em erosão costeira, construção de aterros para a criação de infraestruturas urbanas, contaminação do solo e erosão em trilhas. Através do balanço entre os valores e ameaças identificadas sobre a geodiversidade do município de Florianópolis, verifica-se a necessidade urgente de implementação de estratégias de geoconservação e de gestão ambiental por parte do município, tendo em conta a pressão antrópica crescente neste território. Palavras-chave:Geossítio; Geoconservação; Geologia; Ilha de Santa Catarina. Abstract: Due to a unique scenic landscape, the municipality of Florianópolis attracts thousands of tourists and an increasing number of new residents. However, even with 45% of the territory designated as
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