Este estudo é parte de uma pesquisa de doutoramento que teve por objetivo elaborar e avaliar um Programa de Treinamento em Práticas Educativas para monitores de abrigos para crianças vítimas de violência doméstica. O estudo original trabalhou com 14 monitoras, porém o objetivo específico aqui consiste em analisar o comportamento de interação de duas monitoras com duas crianças ao longo do Programa de Intervenção. Os resultados obtidos demonstraram que a freqüência dos comportamentos de interação positiva das monitoras e das crianças aumentou, e os de interação coercitiva diminuíram, após as sessões analisadas. Esses resultados possivelmente demonstram que procedimentos para diminuir a freqüência de comportamentos inadequados infantis mantidos por atenção, e os que visam aumentar a freqüência dos adequados, são concorrentes com os padrões de interação coercitiva entre o cuidador e a criança e, por isso, fazem com que eles diminuam de imediato.
O Transtorno de Ansiedade Obsessivo-Compulsivo (TOC) e o Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva (TPOC) mostram congruências conceituais que historicamente têm confundido o diagnóstico de muitos pesquisadores e clínicos. Em parte, as ambigüidades provavelmente ocorrem devido aos equívocos muitas vezes apresentados pelos instrumentos diagnósticos e também pelo despreparo profissional. A outra fração de erros certamente acontece devido à grande semelhança entre os fenômenos comportamentais. Pela pertinência clínica que o questionamento traz, faz-se mister um aprofundamento teórico. O objetivo deste ensaio foi analisar, sob os pressupostos do behaviorismo radical, o caso de uma cliente atendida durante o estágio clínico. A partir da análise, lançou-se a hipótese sobre a existência de uma semelhança entre as variáveis operantes nos comportamentos obsessivo-compulsivos de ambos os transtornos. Concluiu-se que a semelhança fenomenológica ocorre não pelas topografias comportamentais vigentes,maspela similaridade existente entre as variáveis de controle.
As duas primeiras versões do Diagnostic and Statistical Manual Disorders, nos anos de 1952 e 1968, continham definições inespecíficas e sucintas sobre o transtorno obsessivo-compulsivo. Somente a partir da terceira edição, em 1980, é que foram definidos critérios diagnósticos mais acurados sobre esse transtorno e os seus sintomas. Embora a ciência tenha dado algum avanço nos estudos, a literatura ainda apresenta grande dificuldade em clarificar o transtorno obsessivo-compulsivo sob todas as suas nuanças. Semelhante impasse vive ainda a análise do comportamento, a despeito de ter sido a teoria que mais teve a oferecer ao fenômeno. O objetivo deste ensaio é analisar sob os pressupostos do behaviorismo radical o caso de uma cliente atendida durante estágio clínico. A partir da análise de caso foi lançada uma hipótese sobre os eventos distais implicados no condicionamento dos comportamentos relacionados ao transtorno. Concluiu-se que a instalação dos comportamentos obsessivo-compulsivos da cliente se justifica frente aos condicionamentos operante e respondente por que passou.
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