Este trabalho tem o objetivo de dialogar com as perspectivas de alunos e professoras sobre educação escolar em prisões, a partir de uma pesquisa de campo realizada junto ao Colégio Professor George Fragoso Modesto (CPGFM), na Penitenciária Lemos Brito, em Salvador/BA. O marco teórico utilizado se situa nos campos da antropologia e sociologia das prisões. Na primeira seção do artigo, problematizo as fronteiras de minha identidade em campo, entre os papéis de advogado, professor e pesquisador, e suas relações com o engajamento e as possibilidades deinteração com meus interlocutores. Na segunda seção, analiso as percepções de professoras e alunos sobre educação escolar na prisão. As professoras concebem seu trabalho como a concretização de um direito e se colocam em rota de colisão e negociação com a administração prisional, compreendendo seu trabalho como algo distinto do papel da administração prisional. Na perspectiva dos alunos, a escola representa um local onde é possível falar e ser escutado e funciona como elemento que interfere, de diferentes maneiras, nas dinâmicas de tempo e espaço na experiência do cumprimento de pena.
Este artigo analisa os discursos sobre a corrupção nas votações do Supremo Tribunal Federal, entre os anos de 2015 e 2017. A pesquisa empírica realizada tem caráter qualitativo e utiliza técnicas de pesquisa bibliográfica e documental, por meio da coleta e análise de decisões colegiadas do Supremo, referentes ao crime de corrupção passiva. A pesquisa se orienta pelo seguinte problema: quais discursos sobre a corrupção foram mobilizados pelos ministros do Supremo Tribunal Federal nos julgamentos colegiados entre os anos de 2015 e 2017? Para posicionar estes discursos, o trabalho reflete sobre categorias centrais do pensamento social brasileiro, como “patrimonialismo”, problematizando seus usos pelos juristas. A atuação do Supremo é contextualizada a partir dos fenômenos do Mensalão e da Lava Jato e as pressões por determinados resultados exercidas sobre a Corte. As relações com a imprensa, as pressões das agências judiciais e as disputas internas são destacadas como fatores importantes para compreender as decisões.
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