RESUMO:O Granito Chasqueiro aflora como campos de matacões e lajeados, que em planta constituem um corpo alongado segundo N50 o E com área de aproximadamente 400 km 2 , localizado no sul da porção oriental do Escudo Sul-Rio-Grandense. Compreende de monzo a sienogranito, leucocrático de cor cinza-clara e textura porfirítica com megacristais de K-feldspatos em matriz equigranular, hipidiomórfica grossa, composta por quartzo, K-feldspato, plagioclásio, biotita, hornblenda, minerais opacos e acessórios. Os megacristais atingem proporções modais entre 30,0 e 60,0%, e variam entre 4 e 8 cm, que com os minerais máficos da matriz evidenciam uma foliação de fluxo magmático subvertical bem desenvolvida que transaciona lateralmente para uma foliação tectônica nos bordos do granito próximo às zonas de cisalhamento onde ocorrem extensas faixas marcadas por intensa deformação dúctil e geração de protomilonitos. O granito apresenta enclaves máficos microgranulares de composição diorítica, apresentando diferentes formas e tamanhos. Geoquimicamente, é caracterizado por um magmatismo subalcalino do tipo cálcio-alcalino de alto potássio, metaluminoso a levemente peraluminoso, com assinatura característica de granitos gerados em ambiente pós-colisional. Processos de fusão crustal, mistura de magmas e cristalização fracionada são sugeridos para a sua evolução. Análises geocronológicas obtidas pelo método U-Pb (LA-ICP-MS) e geoquímica isotópica de Lu-Hf (LA-ICP-MS) em zircões indicaram, respectivamente, idade de cristalização 574 ± 3 Ma e valores negativos para εHf, sugerindo assim uma relação do Granito Chasqueiro com o evento deformacional D2 e fontes magmáticas dominantemente crustais com participação de componente mantélico subordinado. PALAVRAS-CHAVE:Petrologia; Granito Chasqueiro; U-Pb; Lu--Hf; Escudo Sul-Rio-Grandense. ABSTRACT: Chasqueiro Granite comprises an
This article presents textures, mineral chemistry, and geothermobarometric data for the southeastern Pinheiro Machado Complex rocks (PMC), eastern domain of the Dom Feliciano Belt, Rio Grande do Sul, Brazil. The PMC is composed by comagmatic intrusions of quartz diorite, tonalite, and granodiorite with medium‐ to fine‐grained equigranular and medium‐grained inequigranular textures with subordinate alkali‐feldspar macrocrystals. Partial melting features are observed in the comagmatic as melt pools and melt films. Amphibolite xenoliths also occur, presenting sharp‐angled to rounded contacts with the intrusions and evidences of partial assimilation, marked by mafic schlierens. Electron probe microanalyzer punctual analyses were used to classify amphibole, plagioclase, biotite, epidote, and titanite, as well as for the calculations of the crystallization P–T conditions. Amphiboles consist of pargasite for the comagmatic intrusions, and Mg‐hornblende for the amphibolite. Plagioclase ranges from oligoclase to andesine (An15‐40) in both units. Biotite corresponds to annite, with Fe/(Fe + Mg) > 0.3. The epidote has mostly magmatic characteristics in the comagmatic intrusions, with pistacite content 25–30%. Titanite has two distinct textures, titanite I is well formed, subhedral to euhedral, with up to 3 mm; while titanite II is anhedral with size >1 mm and rounded shapes, being both chemically homogeneous. The estimated P–T conditions for the amphibolite crystallization, using plagioclase‐hornblende geothermometer are 650–850°C and 3.62–4.95 kbar, whereas the conditions from the comagmatic intrusions are 714–871°C and 4.44–6.10 kbar. In the mineral phases there is a prevalence in the recrystallization field between subgrain rotation (SGR) and grain boundary migration (GBM) in submagmatic flow. These new data indicate that possibly at the end of PMC crystallization, late magmatic fluids caused re‐equilibrium of mineral phases, mainly in biotite and feldspars. Finally, we suggest that the PMC is the result of continuous and repeated comagmatic intrusions in a continental magmatic arc setting at a depth of 20–30 km in an amphibolitic continental crust.
Diversas ocorrências de xenólitos metamórficos em granitoides neoproterozoicos são reconhecidas no Domínio Oriental do Cinturão Dom Feliciano (Rio Grande do Sul, Brasil). No entanto, carecem de estudos detalhados que permitam investigar a história pretérita e a natureza da crosta desse domínio. O presente artigo apresenta uma investigação realizada em xenólitos metamórficos da região de Piratini e Pinheiro Machado, sudeste do Escudo Sul-rio-grandense, envolvendo trabalhos de campo, microscopia óptica, geoquímica de rocha total e geocronologia (U-Pb SHRIMP em zircão). A associação de rochas gnáissicas estudada, denominada Gnaisses Piratini, apresenta composição intermediária a ácida, predominantemente granodiorítica a tonalítica, cálcio-alcalina médio a alto-K, predominantemente peraluminosa, com assinaturas geoquímicas compatíveis com magmatismo relacionado à subducção. As idades U-Pb SHRIMP obtidas em zircão foram de 784 ± 4 Ma para o magmatismo e de 664 para o metamorfismo. Esses novos dados permitiram interpretar os protólitos dos Gnaisses Piratini como provenientes de um ambiente de arco magmático continental, relacionado à subducção em torno de 800 Ma, seguido de metamorfismo em ca. 660 Ma.
O Granito Três Figueiras representa a única ocorrência de granitos peraluminosos no extremo sudeste do Cinturão Dom Feliciano, Rio Grande do Sul. Este tipo de granito pode conter informações importantes a respeito do ambiente tectônico e evolução tectônica e termal de um cinturão orogênico. O objetivo deste trabalho é a caracterização geológica do Granito Três Figueiras, com base em dados de campo, geologia estrutural, petrografia, geoquímica e geocronologia. O granito é cinza claro, composto por quartzo, K-feldspato, plagioclásio, muscovita, biotita (M’ 7-10), com granada, turmalina, zircão, monazita e apatita como minerais acessórios. É um granito sincinemático à Zona de Cisalhamento Arroio Grande, onde desenvolve uma trama milonítica com foliação tectônica subvertical com mergulho > 70° para SE e lineação de estiramento sub-horizontal marcada pelas micas e agregados estirados de quartzo e feldspato, com direção N80°E e caimento de até 10° para ENE, que demonstram o caráter transcorrente desta zona. As microestruturas e texturas indicam temperaturas de deformação de pelo menos 550°C e cinemática dextral para esta zona de cisalhamento. O granito é classificado como peraluminoso, com teores de A/CNK entre 1,07 e 1,21 e coríndon normativo entre 1,2 a 3 %. Possui altos teores de SiO2, Al2O3, álcalis, e baixos teores de FeO, MgO e TiO2. Apresenta correlação negativa para a maioria dos elementos maiores, o que indica que o principal processo de evolução magmática foi cristalização fracionada. Uma fonte homogênea é sugerida a partir da relação entre elementos traços e ETR. Com a datação U-Pb se obteve uma idade de cristalização magmática de 585 ± 16 Ma, que registra um importante evento de fusão crustal para o extremo sudeste do Cinturão Dom Feliciano.
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