RESUMO A partir de uma coleção de dados audiovisuais de situações de complexa ecologia interacional e material, abordamos questões de caráter técnico-metodológicas, teóricas e epistemológicas oriundas do trabalho com vídeo destinado a análises linguístico-interacionais de orientação multimodal. Dentre elas destacamos: formas de registro; uso de softwares; práticas de transcrição e representação de dados audiovisuais; distinção entre descrição e transcrição de movimentos corporais. Inspiradas nas reflexões produzidas no campo da videoanálise, apresentamos como resultado alguns procedimentos de pesquisa mobilizados para dar conta da transcrição, representação e publicização dos recursos multimodais relevantes para os/as participantes nas interações.
Resumo Estudo qualitativo baseado nos pressupostos teórico-metodológicos da Análise da Conversa (AC) que descreve e analisa interações face a face entre três enfermeiras e sete usuárias de serviços de atenção primária em saúde, ocorridas durante consultas para coleta do exame citopatológico. As descrições e as análises pautaram-se nos excertos das interações gravadas em áudio durante as consultas de enfermagem e transcritas com base nas convenções da AC. A análise micro dos dados realizada a partir da perspectiva êmica permitiu identificar situações interacionais de (des)alinhamento, (des)filiação, reparos e temas delicados, além da ausência de escuta de tópicos específicos por parte das enfermeiras ao conduzirem as consultas. Assim, sinalizações de situações de sofrimento, mal-estar ou violências não foram exploradas, deixando de potencializar o cuidado. O estudo demonstra que a consulta para coleta de exame CP pode ser um espaço para ouvir questões relacionadas à sexualidade e investigar a presença de violência contra a mulher. A divulgação destes achados e desta metodologia junto aos profissionais de saúde coletiva e de enfermagem pode estimular a reflexão dos mesmos sobre suas habilidades comunicativas, contribuindo para melhorar a qualidade da atenção nos serviços de saúde.
RESUMO Este estudo**** investiga, por meio da Linguística Interacional e da Análise da Conversa, como o traço prosódico tom contribui para a produção e atribuição de sentido a ações realizadas através da prática da formulação no ambiente jurídico. Argumenta-se que as formulações analisadas variam em termos prosódicos conforme a ação desempenhada local e situadamente na interação: checar entendimentos e desafiar o/a interlocutor/a.
http://dx.doi.org/10.5007/1984-8412.2017v14n1p1682Amparado na perspectiva teórico-metodológica da Análise da Conversa de base etnometodológica (SACKS, 1992), o artigo investiga interações, gravadas em áudio e transcritas (JEFFERSON, 1974), entre uma juíza e seus interlocutores. Mais especificamente, analisa sequências em que, por meio de descrições de lugar (ou formulações de lugar) (SCHEGLOFF, 1972), os participantes negociam a intersubjetividade (ou compreensão mútua) sobre como se configuram espaços geográficos e sobre as quais a juíza produz formulações (de entendimento) (HERITAGE; WATSON, 1979). As formulações de entendimento (a partir das descrições de lugar) mostram-se imprescindíveis nesse contexto para que a juíza possa tomar decisões sobre como proceder em relação ao processo em andamento. Observa-se que, por meio da prática de formulação, a juíza implementa diferentes ações, quais sejam: (a) levantar dúvidas sobre a qualificação do interlocutor enquanto testemunha abonatória; (b) intermediar o entendimento entre os outros participantes da interação; (c) averiguar a veracidade de fatos apresentados pelo interlocutor.
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