Considerando os muitos desafios que enfrentam os povos indígenas para a progressiva qualificação de sua educação escolar, esse trabalho tem como objetivo reconhecer a importância do processo de formação dos professores índios no contexto da educação brasileira e identificar o perfil desses ingressantes do ensino superior. Para tanto, inicialmente realizou-se uma pesquisa bibliográfica e posteriormente uma pesquisa exploratória por meio do levantamento de dados junto a Coordenação Acadêmica do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA). Desse modo, observou-se que durante os 10 anos de existência ingressaram nesse polo 36 indígenas, sendo em sua maioria do gênero masculino e o curso de pedagogia o mais procurado. Além disso, pode-se considerar que o número de desistência foi baixo entre os ingressos, representando uma conquista para os povos tradicionais. Entretanto, nota-se a ausência de uma proposta para a formação de professores indígenas em contexto intercultural que segundo os Referências para a formação de professores indígenas deve ser construída com a coparticipação de índios e não-índios e de uma equipe de profissionais sensíveis às demandas políticas das comunidades e com experiência acumulada com o ensino e a formação de professores em situações de diversidade cultural.
A incidência de secas e cheias severas dos rios tem sido intensificada nos últimos anos na Amazônia, tornando o conhecimento das estratégias adaptativas dos ribeirinhos essencial para o desenvolvimento de políticas públicas e planos de prevenção e mitigação mediante à ocorrência desses eventos. Esse estudo identificou as estratégias e ações de adaptabilidade construídas pelas famílias moradoras das comunidades Bracinho e Braço Grande, diante das variações de seca e cheia do Lago do Jenipapo. As comunidades estão situadas no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Jenipapo, no município de Manicoré, Estado do Amazonas, e possuem relação direta com o Lago Jenipapo, cuja água é utilizada para tráfego, consumo doméstico, atividades de lazer, dentre outros usos. Foram realizadas entrevistas com os moradores, observando-se que as variações sazonais determinam o modo de vida no local, exercendo influência direta sobre as formas de construção das moradias, mudanças nos hábitos alimentares e adaptações das atividades econômicas.
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