Este artigo discute como o uso abrangente das formas pronominais no português brasileiro é licenciada por sua composicionalidade interna. A partir de um modelo minimalista de gramática (CHOMSKY, 1995, 1998, 1999), é adotada uma teoria de traços enriquecidos (BÉJAR, 2003; CARVALHO, 2008, 2010), desenvolvida com base na noção de acarretamento e subespecificação de traços, com a finalidade de compor tais pronomes. Esta proposta pretende lançar luz sobre o problema da concordância entre elementos que apresentam diferenças entre si com relação a seu conjunto de traços (pessoa, número e gênero). Esta abordagem leva a uma descrição mais clara acerca do sincretismo das formas pronominais pessoais em português brasileiro a partir de sua estrutura interna, o que simplifica consideravelmente a descrição das operações de concordância nesta língua.
Neste artigo, faz-se um esforço para definir gênero como uma categoria gramatical complexa. O principal objetivo do presente estudo é investigar sincronicamente forma e função de gênero a partir da hipótese de que a manifestação formal e functional de gênero no mundo real segue princípios universais na língua. Para tanto, o artigo discute propostas correntes sobre a manifestação formal e functional de gênero nos nomes e pronomes (e.g. AUDRING, 2014; KRAMER 2015), objetivando descrever seu comportamento e possíveis consequências para a sintaxe de línguas como o portugu ês brasileiro, língua que mostra algumas especificidades na concordância de gênero.
RESUMO: Neste artigo, intenta-se definir gênero como um traço sintático. É assumido na literatura linguística que gênero não possui papel na sintaxe, sendo apenas relevante para as interfaces. O artigo discute propostas correntes sobre a manifestação formal e funcional de gênero nos nomes, objetivando descrever seu comportamento e possíveis consequências para a sintaxe de línguas como o português brasileiro, que apresenta especificidades na concordância deste traço. Assim, gênero natural/biológico e arbitrário possuem a mesma natureza sintática. Este argumento traz consigo importantes discussões acerca de como este processo determina a distribuição e a interpretação semântica dessas estruturas. Tal complexidade pode ser explicada através da própria computação de gênero.
O objetivo deste trabalho é discutir o comportamento da 1ª pessoa do singular no português a partir de dados de primeira pessoa do singular não marcada no português brasileiro (PB) encontradas em dados do português afro-brasileiro coletados na comunidade de Helvécia, Bahia e Muquém, Alagoas. O trabalho parte da análise de Brito e Carvalho (2014), que relacionam a estrutura de pro ao mecanismo de licenciamento que torna possível que, ainda que a morfologia de primeira pessoa do singular não esteja presente na flexão verbal, esta seja a referência recuperada por pro, uma vez que, segundo Rizzi (1986), pro deve ser identificado e, para tanto, herda os traços phi do licenciador. Esta análise é, então, reinterpretada a partir da noção de relativização de traços, proposta inicialmente por Preminger (2014), assumindo-se um mecanismo de concordância também relativizado.
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