A articulação intersetorial é um desafio para o fortalecimento das ações em saúde, valorizando as redes e espaços de construção coletiva. Promover a saúde é um desafio que exige considerar a contribuição dos diversos setores da sociedade, com seus aspectos socioeconômicos, históricos e culturais, estabelecendo conexões e redes para o fortalecimento da ação intersetorial. Essa pesquisa tem por objetivo avaliar a percepção dos profissionais inseridos na Estratégia Saúde da Família, em relação à importância da intersetorialidade, como ferramenta e a dificuldade de sua implementação. A pesquisa foi realizada com todas as equipes completas da Estratégia Saúde da Família, do Município de Piracicaba, no Estado de São Paulo, Brasil, composta por profissionais médicos, enfermeiros e cirurgiões-dentistas, no período de 2012 a 2013. A coleta dos dados foi realizada por meio da apresentação de um caso aos profissionais, os quais elaboraram seus planos de cuidados. As respostas foram analisadas por meio do Discurso do Sujeito Coletivo, que é uma técnica de análise de dados quanti qualitativa que expõe detalhes de conteúdos e argumentos dos pensamentos coletivos. Após análise dos dados das 10 equipes completas, os discursos demonstram que alguns profissionais desconhecem a existência de equipamentos sociais municipais que atuam junto à comunidade. A maioria dos discursos revelou que os profissionais pesquisados possuem uma concepção teórica adequada sobre a intersetorialidade e acolhimento, porém na prática ocorre uma limitação desse instrumento como ferramenta facilitadora na Atenção Primária em Saúde. Os resultados demonstram também a existência de problemas na relação interna entre equipes de saúde, como a falta de integração entre a saúde bucal e os demais componentes da equipe. Dentre os fatores dificultadores para haver a articulação intersetorial está à falta de comunicação, interesse, sobrecarga de trabalho e falta de políticas públicas que estimulem e incentivem a efetivação desse instrumento. A ausência dessa prática na Atenção Primária representa dificuldades no desenvolvimento da integralidade e promoção da saúde. Os discursos apontam à necessidade de discussão sobre a intersetorialidade, para que a proposta de criação de parcerias seja compreendida e a partir dessa concepção, sejam incentivadas estratégias que viabilizem sua aplicação. É evidenciada a necessidade da criação e ampliação de espaços viii comuns, entre os diferentes setores e equipamentos sociais, onde possa ocorrer a construção de consensos e planejamento de estratégias intervencionais mais efetivas.Palavras-chave: rede social, Estratégia Saúde da Família, percepção.
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