Os bivalves são filtradores, bentônicos, em sua maioria sésseis, e durante seu ciclo de vida podem acumular substâncias presentes na água, independente da importância nutricional. Essas características fazem com que os bivalves sejam muito utilizados como biomonitores ambientais. Este trabalho apresenta revisão de literatura (2016-2021) sobre a utilização dos bivalves como biomonitores ambientais. Além de diagnósticos sobre a presença de substâncias contaminantes no ambiente (metais, semimetais, poluentes orgânicos persistentes, componentes farmacêuticos, e microplásticos), o biomonitoramento ambiental por meio de bivalves permite avaliar alterações de parâmetros da água, tais como alcalinidade e temperatura. A análise da literatura disponível revelou que a viabilidade de utilização desses animais no monitoramento ambiental depende dos fatores a serem monitorados e da espécie selecionada.
O estudo avalia e compara as influências ambientais (aporte de rios e exposição a ondas) sobre a presença de Fe(III) e Mn(II) e a espessura das conchas do mexilhão Perna perna. As seguintes hipóteses são levantadas: i) conchas provenientes de áreas com maior influência de rios têm maiores concentrações de Fe(III) e Mn(II); e ii) conchas provenientes de áreas com maior exposição a ondas são mais espessas. A primeira hipótese foi confirmada, e as maiores concentrações de ambos os elementos foram registrados em conchas provenientes de Atafona, área localizada próximo a foz do Rio Paraíba do Sul. A segunda hipótese não se confirmou. A média dos valores de espessura da concha foi maior em Búzios, que é uma área classificada como ausente em relação à exposição a ondas. Este resultado pode ser explicado pela elevada disponibilidade de CO32- para águas costeiras nessa área. O mexilhão P. perna é um filtrador séssil com ampla distribuição na costa brasileira, e os resultados do estudo sugerem que seus bancos naturais podem constituir sentinelas de caracterização e monitoramento ambiental.
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