RESUMO O entendimento da terminologia “salubridade” tem raízes na saúde social e pública e, desde então, vem sendo utilizado na literatura e em políticas públicas e sociais com o intuito de promover ações conjuntas em saúde pública e questões ambientais. Entretanto, o termo tem sido apresentado com conceitos diferentes em diversos estudos publicados no Brasil. Diante desse cenário, os objetivos deste artigo foram apresentar subsídios teóricos e práticos para a proposição de um conceito de salubridade ambiental e relatar a experiência referente a sua elaboração. Para isso, a metodologia foi realizada em duas etapas: i) revisão sistemática sobre a aplicação do termo salubridade e a evolução do conceito de salubridade ambiental; e ii) proposição do conceito de salubridade ambiental por meio de especialistas. A revisão sistemática resultou em 999 publicações do período entre 1670 e 2021, das quais apenas 12 apresentaram a definição de forma explícita, utilizando seis conceituações diferentes. A discussão dos especialistas culminou com uma definição básica de salubridade ambiental, que pode ser ampliada para cada área de estudo quando necessário. Assim, a presente pesquisa contribuiu para evidenciar a amplitude do termo salubridade e possibilitou a elaboração de um conceito de salubridade ambiental. Destaca-se que o conceito de salubridade tende a uma constante construção social e, por isso, há necessidade de discussões adicionais acerca de sua utilização.
RESUMO O SARS-CoV-2 é facilmente disseminado por aerossóis e contato direto com pessoas contaminadas. Logo, as condições adversas em áreas rurais podem influenciar a propagação do vírus. Desta forma, estabeleceu-se uma reflexão acerca da disseminação da COVID-19 em função do hábito de lavar as mãos, das condições de saneamento, dos aspectos socioeconômicos e das condições habitacionais em 26 comunidades quilombolas rurais do estado de Goiás. Para isso foram levantadas informações in loco em 533 domicílios e aplicou-se a Analytic Hierarchy Process, utilizando-se critérios selecionados com base na literatura. As comunidades apresentaram uma priorização para a disseminação da COVID-19 variando de 14,9 x 10-3 (pior condição) a 64,3 x 10-3 (melhor condição), na qual a Comunidade José Coleto ocupou a posição mais desfavorável. Buracão mostrou um resultado mais satisfatório, sendo esta menos susceptível à disseminação da COVID-19. A melhoria nas condições de saneamento pode aumentar o hábito da higiene com as mãos, o que reduziria a disseminação da COVID-19 e de outras doenças infecciosas. Assim, a partir dos resultados obtidos, é perceptível a importância do empoderamento quanto aos hábitos de higiene, acesso à informação, saneamento básico e à saúde. Os gestores devem ter uma maior disposição para implantar infraestrutura e melhorar as condições dos critérios apresentados e discutidos neste trabalho.
OBJETIVO Propor um índice de salubridade ambiental que expresse as condições vividas em aglomerados rurais (ISARural), englobando indicadores e subindicadores para sua posterior aplicação em comunidades rurais do estado de Goiás. MÉTODOS A pesquisa foi desenvolvida em três fases: 1) análise prévia para proposição de um ISARural, contando com a participação de sete especialistas; 2) proposição do ISARural por meio do método Delphi, iniciando com 168 especialistas das 26 unidades federativas do Brasil e do Distrito Federal; e 3) aplicação do ISARural em 43 comunidades rurais do estado de Goiás. RESULTADOS O ISARural proposto resultou na composição de oito indicadores, sendo quatro relacionados ao saneamento básico, e os demais à saúde, às condições socioeconômicas, aos serviços públicos ofertados e às condições de moradia. O peso atribuído para cada indicador variou de 22,82%, para indicador de abastecimento de água, a 6,35%, para o indicador de serviços, podendo o ISARural ser aplicado na sua totalidade ou para avaliação de cada indicador individualmente. A aplicação do ISARural em comunidades de Goiás evidenciou que 86% se classificam com baixa salubridade, destacando as piores condições para as comunidades quilombolas. Dentre os indicadores do ISARural, o de esgotamento sanitário foi caracterizado com a menor pontuação, o que demanda uma maior atenção do poder público. CONCLUSÕES Esse estudo cumpriu o papel de contribuir com a proposição de um índice em consonância com o conceito de salubridade ambiental, podendo ser empregado no âmbito das políticas públicas como um condicionante para a priorização das ações necessárias à melhoria das condições de salubridade identificadas. O ISARural proposto pode ser aplicado na sua totalidade ou ainda na avaliação individual de cada indicador de sua composição. Os resultados da sua aplicação possibilitaram identificar as comunidades com piores condições de salubridade ambiental e os indicadores que requerem maior atenção prioritária nas comunidades estudadas.
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