Resumo: Os relatos de casos constituem uma velha tradição na literatura médica e, até o advento de formas mais sofisticadas de estudos, reinaram absolutos como forma de publicação. Apesar de suas qualidades inquestionáveis, os relatos de casos perderam parte de sua importância e prestígio. Alguns periódicos médicos de destaque aceitam relatos de casos apenas sob forma de cartas ao editor ou na versão eletrônica, enquanto outros simplesmente não os aceitam de forma alguma. Esse artigo revisa criticamente os aspectos positivos e negativos dos relatos de casos e sua importância na educação médica. Mesmo em um mundo médico onde a evidência tornou-se obrigatória, relatos de casos ainda desempenham um papel relevante.
INTRODUÇÃOA publicação dos relatos de casos (RC) confunde-se com os primórdios da literatura médica. As primeiras revistas médicas continham fundamental, quando não exclusivamente, essa forma de artigo científico. Até o advento de modalidades mais refinadas de pesquisa, os RC reinaram, soberanos, como forma de aprendizado e difusão do conhecimento.Uma consulta ao PubMed (www.pubmed.gov) em novembro de 2008, empregando-se case report como termo de busca, revela a existência de mais de 1.400.000 (um milhão e quatrocentos mil) itens nessa base de dados. Na medicina em geral e em particular na dermatologia, especialidade que emprega exaustivamente em seu ensino os recursos visuais e na qual o diagnóstico se fundamenta largamente no reconhecimento de padrões morfológicos, os RC podem ter inestimável valor educacional. 1 Apesar dessa popularidade e do inegável valor didático, os RC padecem de certo preconceito junto a renomados periódicos. Alguns os aceitam apenas sob a forma de carta ao editor, outros somente na versão eletrônica, e há aqueles que simplesmente ignoram
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