Resumo Este artigo analisa como a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) tem sido implementada na atenção à saúde em três municípios do Estado da Bahia, Brasil. Trata-se de um estudo qualitativo que faz parte da primeira etapa de uma pesquisa-ação, na qual foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 27 profissionais de unidades de Saúde da Família, Atenção Básica e Sede do Distrito Sanitário. Após análise de conteúdo, emergiram quatro categorias: Atenção Primária à Saúde (APS); Saúde da População Negra; Atenção à saúde na diversidade; e PNSIPN. Como resultado, os profissionais apresentaram entendimento superficial sobre a APS, apesar de a reconhecerem como porta de entrada. A relevância de uma atenção à saúde específica para a população negra foi desconsiderada, sob o argumento de que todos são iguais. A diversidade racial não foi reconhecida dentro do cotidiano, sendo o termo atrelado à diversidade LGBTQIA+ e aos ciclos de vida. O dado comum nos municípios foi o desconhecimento da PNSIPN e dos meios práticos para inseri-la no cotidiano do trabalho. A ausência da política para essa população no processo de planejamento e trabalho dos serviços revela a urgência da educação permanente em saúde para a apropriação do princípio de equidade pelas gestoras e profissionais.
This study analyzes how the National Policy on Comprehensive Health of the Black Population (PNSIPN) has been implemented in three municipalities in the state of Bahia, Brazil. This qualitative study is part of an ongoing action research, in which semi-structured interviews were performed with 27 professionals from family health, primary health care, and health district headquarters. Content analysis presented four categories: primary health care (PHC); Black health; health care in diversity; and PNSIPN. Health professionals showed a superficial understanding of PHC, despite recognizing it as a gateway. A specific health care for the Black population was considered irrelevant, on the grounds that everyone is equal. Diversity was linked to the LGBTQIA+ population and life cycles, but not to ethnicity or skin color. All municipalities lacked knowledge about the PNSIPN and the practical means to implement it in their daily work. Its absence in the services’ planning and work processes shows an urgent need for permanent education in health so that managers and professional can appropriate the principle of equity.
RESUMO A Atenção Primária à Saúde constitui o eixo regulador do cuidado no Sistema Único de Saúde. A sua compreensão é condição para que as ações sejam resolutivas. Este artigo propõe refletir sobre a compreensão da Atenção Primária à Saúde entre gestores, profissionais, usuários e as implicações das iniquidades em saúde vivenciadas pela população negra no contexto da Covid-19. Realizou-se pesquisa qualitativa em três municípios que foram entrevistadas 58 pessoas. A análise mostrou a incompreensão da Atenção Primária à Saúde. Gestores e profissionais a associam apenas a ações de prevenção de doenças e disponibilização de serviços. Os usuários associam ao acesso a serviços, e relacionam a má qualidade da assistência ao pertencimento racial e de classe. A incompreensão da Atenção Primária à Saúde pelos atores envolvidos na sua operacionalidade compromete a assistência da população negra com relação à Covid-19, bem como em outras demandas.
Primary Health Care is the regulatory axis of care in the Unified Health System. Its understanding is a condition for resolute actions. This article aims to reflect the understanding of Primary Health Care among managers, professionals, and users, as well as the implications of health inequities experienced by the black population in the context of COVID-19. Qualitative research was carried out in three municipalities, in which 58 people were interviewed. The analysis showed the lack of understanding of the Primary Health Care. Managers and professionals only associate it with disease prevention actions and provision of services. Users associate access to services and report the poor quality of care to racial and class belonging. The misunderstanding of Primary Health Care by the actors involved in its operation compromises the assistance of the black population regarding COVID-19, as well as other demands.
Introdução: A alergia ao leite de vaca (ALV) é um problema de saúde pública que vem crescendo nos últimos anos. Dentre as principais estratégias para prevenção da ALV, está o aleitamento materno exclusivo (AME) e a introdução da alimentação complementar de forma gradual a partir do quarto mês de vida. Objetivo: Descrever os hábitos alimentares de crianças menores de dois anos com ALV no Ambulatório Infantil de Alergia Alimentar, situado no município de Salvador. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo descritivo e quantitativo de corte transversal. Foi aplicado um formulário adaptado aos responsáveis das crianças e investigadas variáveis maternas e da criança. Resultados: Apenas 22,5% das crianças estavam em aleitamento materno e 7,5% tiveram AME até os seis meses. A introdução da alimentação complementar de forma precoce (antes do 4º mês) ocorreu com o chá, suco e o mingau. Nota-se que 52,5% dos recém-nascidos receberam fórmula infantil antes dos 30 dias, sendo que 42,5% ainda na maternidade. Quanto ao leite de vaca integral, a exposição se deu antes de um ano de idade em 10% da amostra avaliada e 90% responderam que nunca ofereceram a criança. Discussão: Estudos mostram que a exposição a pequenas doses de leite de vaca nos primeiros dias de vida através de fórmulas de partida e/ou seguimento podem sensibilizar aparecimento da ALV. Conclusão: É preciso fortalecer as políticas públicas cujas estratégias estimulam, apoiam e protegem o aleitamento materno e a introdução da alimentação complementar, principalmente em crianças com alto risco de alergia alimentar.
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