Neste artigo, problematizam-se imagens dos livros didáticos de matemática dos anos iniciais utilizadas para a produção e normatização de um currículo-brinquedo e que podem indicar algum tipo de interação criança-brinquedo. Interroga-se, dentro de um referencial contemporâneo, por intermédio do pensamento de Michel Foucault e de contribuições dos Estudos Culturais, o currículo de matemática na produção de subjetividades unificadas de estereótipos de gênero nas relações conflituosas entre saber, cultura e poder. Argumenta-se que, em meio ao movimento da cientificidade dos conhecimentos matemáticos, o currículo-brinquedo produz gestos múltiplos: uma pedagogia cultural que mascara a produção de subjetividades na infância; uma prática de diferenciação localizada nas representações gêneros, como objeto para fixar identidades e regular a conduta de uns em relação a outros; e, uma estratégia neoliberal para regular um dispositivo pedagógico no currículo.
Resumo Esse texto problematiza os modos pelos quais o discurso da avaliação participa do processo da constituição de alunos e de professores de Matemática enquanto sujeitos de uma prática avaliativa. A produção de sujeitos foi problematizada e analisada em uma perspectiva foucaultiana, aplicada ao tema que envolve relações entre avaliação como prática pedagógica, alunos e professores de Matemática, que movimentam uma ferramenta de significação como micropenalidade no caminho para a seleção de alunos na escola: a recuperação. Na interlocução com as teorizações de Michel Foucault foi possível pensar em outras representações que uma prática avaliativa, produzida em uma racionalidade neoliberal, pode movimentar para controlar, classificar e hierarquizar a produção de indivíduos e sujeitos dentro e fora da escola.
II
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campo Grande/MS -BrasilRESUMO -Prática Avaliativa de Matemática: um dispositivo pedagógico de subjetivação
1. O texto divulga alguns resultados de uma pesquisa de mestrado já concluída, discute e problematiza a avaliação como ferramenta pedagógica que se exercita na sala de aula para a subjetivação de uma professora de Matemática e seus alunos, questionando enunciados sobre prá-ticas avaliativas que são silenciados e podem ter implicações na produção de subjetividades. Aproxima-se das teorizações de Michel Foucault sobre a constituição de sujeitos em um movimento de análise que situou a avaliação em um lugar-outro do discurso pedagógico, inscrevendo-a como uma prática de diferenciação e uma ferramenta pedagógica para tornar visíveis os que aprendem e os que não aprendem na escola, e para a formação de um sujeito avaliador. Palavras-chave: Avaliação. Análise do Discurso. Práticas de Diferenciação.ABSTRACT -Evaluative Practice of Mathematics: a pedagogical device for subjectification. The text discloses some results of an already finished Master's degree research which discusses and problematizes evaluation as a pedagogical tool that is exercised in the classroom to subjectify a Mathematics teacher and her students. It questions enunciates on evaluation practices that are silenced and can have implications in the production of subjectivities. It approaches Michel Foucault's theorization on the constitution of subjects in an analysis movement that has placed the evaluation into a place-other in the pedagogical discourse, considering the evaluation as a differentiation practice, as well as a pedagogical tool in order to make both visible -those who learn and those who do not learn in school, as well as for the education of an evaluator subject.
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