O presente artigo empreenderá um esforço para compreender o uso do verbo grego anéchō, mormente traduzido como “eu sofro”, “eu suporto”, “eu tolero”. Trata-se de uma contribuição preliminar para o entendimento da recente ideia de tolerância. Procurar-se-á perceber como esse verbo foi usado entre os gregos antigos (principalmente na mitologia e na filosofia) e despontou numa versão cristã primitiva (nos escritos neotestamentários, majoritariamente paulinos). Tendo em vista, no limite, entrever tais pontos num rastro histórico do termo tolerância. Pretende-se indicar que esse termo ajudou a compor o léxico que formará a ideia de tolerância em relação ao outro.
Resumo: Trata-se de uma etnografia da pregação pentecostal afetada pela confissão e memória da experiência pentecostal do antropólogo durante o trabalho de campo e escrita do texto. Da conversão à antropologia se fez a confissão da conversão anterior. É uma pesquisa sobre as condições de possibilidade de uma etnografia afetada, tendo em vista a pregação pentecostal na Praça da Sé, centro de São Paulo. Há uma preocupação com a compreensão de tal culto, de modo que o trabalho se apresenta como uma ficção tanto acerca dos discursos-práticas que constituem a pregação na Sé como das interações entre antropólogo e pregador no exercício de suas respectivas atividades.
Resumo: Trata-se de um esforço compreensivo em torno de um vocábulo central para se pensar o Ocidente e aquilo que nós nos tornamos. O termo tolerância possui antecedentes que evidenciam sua origem relativa a sofrer, suportar, pesar, comparar. É uma palavra que guarda certas ambiguidades, pois funciona como opção moderna para superação dos conflitos (inicialmente religiosos), ao mesmo tempo em que possui seus próprios limites práticos e conceituais. O recuo feito pretende acompanhar os sentidos implicados na raiz que origina esse termo moderno. Por meio da hipótese protoindo-europeia é feita uma incursão no sânscrito, grego e latim para perceber como a raiz que perdura no vocábulo tolerância produz seus sentidos.
Tendo como interesse principal abranger o léxico que compõe a noção de tolerância, a presente reflexão se debruça sobre uma perícope neotestamentária onde se acha a expressão “suportando uns aos outros em amor”, qual seja: Efésios 4,1-6. A leitura proposta se desenrola em duas dimensões gerais: uma, mais focada no texto, e em sua estrutura; e outra, mais interessada numa análise de conteúdo, procurando desdobrar flertes pontuais com a antropologia de Marcel Mauss. De um lado, haverá atenção no estabelecimento do texto, bem como numa proposta de exegese. De outra parte, determinados temas serão aproximados de alguns motivos maussianos: as credenciais da pessoa que fala; os aspectos morais defendidos; o fundamento da reciprocidade; e a confissão de fé.
Pelas boas conversas, ao orientador Ronaldo de Almeida. Pela bolsa de pesquisa durante o doutorado,
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