O objetivo deste trabalho foi traçar o perfil epidemiológico da violência contra crianças e adolescentes no estado da Paraíba. O estudo possuiu caráter descritivo, retrospectivo, quantitativo e documental. Utilizaram-se as informações contidas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), registradas no estado da Paraíba, entre os anos de 2009 e 2017, envolvendo a faixa etária de 0 a 19 anos e disponíveis no TabNet - Violência Doméstica, Sexual e/ou Outras. As variáveis utilizadas foram: ano do registro, idade e sexo da vítima, tipo de violência perpetrada, local de ocorrência do fato e tipo de vínculo com o agressor. Constatou-se que o sexo e a faixa etária da vítima estiveram associados (p<0,001) com as características da violência. Crianças e adolescentes do sexo feminino estiveram mais suscetíveis à violência sexual (20,1%), quando comparadas ao sexo masculino (2%), sendo o principal agressor o/a (ex)namorado(a) ou (ex)cônjuge (21,6%). Em relação à faixa etária, até os 10 anos de idade, a negligência (75%) foi o tipo de violência mais frequente, tendo como agressores pais e/ou mães (28,4%) na sua própria residência (77,6%). Na faixa etária de 10 a 19 anos, a violência mais comum foi a física (63,6%), em via pública (42,5%), e cometida por amigos (21,9%) ou desconhecidos (37,4%). Concluiu-se que as notificações estiveram associadas ao sexo masculino (54,6%), nas faixas etárias de 15 a 19 (38,3%) e 1 a 4 anos (24,2%), havendo o predomínio da violência física (42,6%), cometida por um desconhecido (32,1%), na residência da vítima (51%).