ResumoMuito se tem pesquisado sobre os indivíduos dotados e talentosos, havendo, em diversos momentos históricos, preocupação com essa população. No Brasil, uma das primeiras vezes em que se falou disso foi na década de 30, por ocasião da fundação da Sociedade Pestalozzi. Apesar desse interesse crescente, na atualidade, existem poucas pesquisas que versam sobre o tema. Este trabalho visa entender como dotação e talento podem se manifestar e serem reconhecidos pela sociedade e cultura na qual a pessoa está inserida, com base na análise da biografia de Anita Malfatti , pintora expressionista, incompreendida em sua época, por ter introduzido uma forma de pintar que não era reconhecida como arte no Brasil. Neste estudo, será apresentada a teoria de Gagné, bem como o que se pretende nomear com os termos dotação e talento. O grande desafio de nossa sociedade é reconhecer as diferenças e valorizá-las, oferecendo a essas pessoas condições para expressão de suas habilidades, garantindo-lhes plena inserção na vida em sociedade para que se sintam produtivas e autorrealizadas. Precisamos lutar contra a "solidão do fundista", para que o talentoso não esteja sempre adiante dos demais no aspecto intelectual, mas emocionalmente solitário e incompreendido.Palavras-chave: Dotação; Talento; Superdotação. * Doutoranda do Programa de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem da Universidade Estadual Paulista, Bauru, São Paulo, Brasil.
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Estudo sobre a percepção de estudantes superdotados, que busca apreender as ansiedades e expectativas dos mesmos a partir do seu ingresso nas universidades, onde passam a vivenciar um universo diferente de aprendizagem. Objetivou-se apreender a experiência desses estudantes nas graduações em saúde e compreender como percebem o processo de ensino e aprendizagem neste contexto. Pesquisa exploratória e descritiva com abordagem qualitativa, por meio de entrevista semiestruturada com nove estudantes de cursos de graduação na área da saúde. As categorias encontradas foram: vivência na universidade, o desconhecimento sobre a superdotação, a interação social e sobre a autopercepção. Os resultados revelam que o ingresso dos superdotados na universidade suscitou sentimentos de angústia e surpresa. Evidenciou-se o desconhecimento de muitos docentes sobre a superdotação, o que indica que para eles, ser superdotado é ter a obrigação de saber todas as matérias e tirar ótimas notas. Notou-se que a percepção sobre a temática de superdotação se encontra na invisibilidade, e, embora a inclusão seja discutida, a superdotação nem sempre é incluída no debate. Isso ocorre porque o imaginário sobre a superdotação que advém do senso comum acaba corroborando com a ideia de gênio, o que interfere na construção de um olhar crítico sobre a questão. Conclui-se que são necessários mais estudos, com ofertas de formação para todos os colaboradores que compõem o quadro funcional das instituições de ensino, especialmente os docentes. A formação para atender as especificidades da superdotação requer o desenvolvimento de estratégias de ensino ativo que possam estimular suas habilidades.
Resumo A literatura aponta um crescimento de produções na área das altas habilidades/superdotação (AH/SD), no entanto, há ainda uma lacuna no que tange a estudos de intervenção, falhas na formação docente e mitos que impedem a correta identificação dessa população e dificultam a implementação de políticas públicas efetivas. A formação continuada, por meio da consultoria colaborativa, pode ser efetiva ao levar o conhecimento de especialistas para dentro da escola. Este estudo objetivou analisar os efeitos de um programa de formação continuada, por meio da consultoria colaborativa, para o professor especializado que atua na sala de recursos para altas habilidades/superdotação e descrever e comparar crenças, mitos e conceitos sobre AH/SD de um professor especializado, antes e depois da participação em um programa de formação continuada. A pesquisa foi realizada em uma escola pública estadual de ensino fundamental I de uma cidade do interior de São Paulo com uma professora especializada, que recebeu um programa de formação continuada. Esta intervenção ocorreu em 10 encontros, com duração de 3 horas, totalizando 30 horas de formação, em que foram discutidos aspectos teóricos e práticos a respeito das AH/SD. Os dados foram coletados por meio da Avaliação de conhecimentos acerca da superdotação (ACAS) pré e pós-intervenção e do Diário de campo; posteriormente, foram tabulados e analisados de modo descritivo e comparativo. Os resultados apontam melhora nos resultados pós-intervenção, denotando que o programa de formação continuada teve um efeito positivo. No entanto, é importante salientar que, mesmo com a consultoria, a participante permaneceu com algumas concepções equivocadas a respeito do tema.
A legislação ampara o atendimento de estudantes com altas habilidades/superdotação, entretanto, ainda se observa sua invisibilidade. A formação continuada é uma estratégia viável para superar este problema, pois os professores poderão identificá-los com mais precisão. Este trabalho avaliou a efetividade de um programa de formação continuada comparando os resultados obtidos antes e depois da formação. Participaram 30 professores, sendo 97% do sexo feminino, que, responderam ao questionário Avaliação de conhecimentos acerca da superdotação, que foi preenchido novamente no final do curso junto com o formulário de avaliação do mesmo. Os dados foram analisados pelo software Statistical Package for the Social Sciences e pelo Iramuteq. Em relação à avaliação do curso, 100% dos cursistas apontaram que os objetivos foram cumpridos. O ACAS mostrou melhora no desempenho após a intervenção. Conclui-se que os professores compreenderam o tema sendo capazes de reconhecer e atender estes estudantes.
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