A história da seleção brasileira de futebol é marcada tanto por láureas como por derrotas que perduram no tempo e são frequentemente recontadas, como é o caso da Tragédia do Sarriá, nome dado à eliminação da seleção brasileira de 1982 da Copa do Mundo. Este artigo procura compreender a Tragédia do Sarriá como um dos eventos mais rememorados e intrigantes do futebol brasileiro, através da análise da construção de representações sobre o estilo de jogo da seleção brasileira de 1982, em livros publicados neste século que narram a trajetória desta equipe. Décadas após a Tragédia do Sarriá, a seleção brasileira de 1982 surge representada como a última seleção que praticou o futebol-arte, estilo de jogo tido como “genuinamente” brasileiro, sendo, por isso, vista como injustiçada pela não conquista do título da Copa do Mundo. Nesse processo construtivo, destaca-se a significativa participação da seleção brasileira campeã da Copa do Mundo de 1994 na posição de alteridade privilegiada.
Ao objetivar estudar as representações sobre Pelé através dos selos postais emitidos por Moçambique, o presente artigo se coloca como um ponto de confluência entre dois tópicos que têm suscitado crescente interesse nos pesquisadores: a construção da imagem de Pelé, processo que recebe maior atenção por estudos no Brasil desde o início do século XXI, e o potencial simbólico dos selos postais, materiais que ao longo do mesmo período passaram a ser tratados mais amplamente como fonte de evidências por historiadores, geógrafos, sociólogos e antropólogos. Entre outros, ao sugerir que os selos postais de Moçambique atuam nos dilemas e conflitos que marcam a imagem de Pelé, as análises aqui realizadas permitem contestar a perspectiva de que os selos que não apresentariam relação aparente com a história nacional, o patrimônio cultural, a população local, e os interesses políticos do Estado emissor seriam simbolicamente vazios e comunicativamente frágeis.
No acervo de conteúdos simbólicos produzidos sobre Garrincha destacam-se histórias que narram passagens de sua vida. Não raramente essas histórias apresentam versões com significativas diferenças, como é o caso da “história do rádio”, que conta com versões que representam Garrincha como malandro e com versões que o representam como ingênuo. Neste trabalho, pretende-se por em evidência o processo de construção de diferentes versões de uma mesma história sobre Garrincha que, a despeito das divergências, são contadas por seus narradores como verdadeiras. Argumenta-se conclusivamente que a ausência de uma versão da “história do rádio” a ser tomada como referência na busca por correções possibilita aos narradores uma maior liberdade criativa e a coexistência de uma pluralidade de versões. Acrescenta-se que as singularidades existentes nas versões relacionam-se com os interesses dos narradores em construir determinadas representações sobre Garrincha e sobre os outros personagens que figuram na história.
As emissões postais de Moçambique merecem atenção destacada por parte dos filatelistas especializados em selos do Pelé, não apenas pelo volume de itens, mas, principalmente, pela diversidade estética e temática, demonstrando a riqueza simbólica do Rei Pelé.
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