O ambiente de instabilidade política e econômica contribui para que as empresas desenvolvam problemas financeiros e tenham a necessidade de buscar métodos de recuperação, um dos quais é a recuperação judicial. Consequentemente, as empresas utilizam a recuperação como ferramenta de resposta às partes interessadas, de forma a obter respostas rápidas a situações de turbulência ou de risco reputacional. Assim, o estudo tem como objetivo verificar quais comportamentos resilientes são utilizados, como forma de busca de legitimação moral, pela empresa Oi em seu plano de recuperação judicial. O estudo foi operacionalizado por meio da análise documental do plano de recuperação da empresa, utilizando a técnica de análise de conteúdo. Os resultados da pesquisa, indicam a evidência de traços de resiliência comportamental na busca pela legitimação moral, demonstrando que a empresa utilizou pilares estratégicos resilientes para o processo de viabilização de sua reestruturação financeira e organizacional. O relatório apresenta a intenção da empresa em promover ajustes institucionais que visem transmitir sinais positivos aos usuários na busca por padrões que reflitam crenças para o bem-estar social efetivo culminando na legitimidade. A presente investigação contribui empiricamente ao promover uma relação entre a busca de legitimidade por meio de comportamentos de resiliência estratégica, possibilitando aos stakeholders uma avaliação mais apurada das informações divulgadas pelas empresas. Nesse sentido, os achados complementam as ações das estratégias de estratégias de legitimidade propostas por Schuman (1995), pois promove a associação dessas estratégias com características de resiliência.
O objetivo do estudo foi analisar o comportamento dos passivos após a adesão ao processo de recuperação judicial, no intuito de verificar se a adesão está sinalizando que as empresas atendem ao objetivo do processo, ou seja, se estão cumprindo as obrigações passivas assumidas e tendo continuidade de suas atividades com otimização da capacidade financeira, indicando ao mercado a busca pelo reestabelecimento econômico e financeiro. A pesquisa é quantitativa e para alcance do objetivo foram coletados dados dos balanços patrimoniais e demonstrações do resultado de 38 empresas da bolsa de valores brasileira no período de 2011 a 2018, sendo 19 empresas que estão em processo de recuperação judicial e 19 que não fazem parte do processo. Dessa forma, foi verificado o comportamento dos saldos de passivos das empresas ao longo do período de estudo atrelado a índices financeiros de endividamento e liquidez, no intuito de verificar se as companhias que estão em recuperação judicial tiveram redução de seus passivos com consequente otimização nos índices. Para alcance do objetivo foi estimado um modelo de regressão com dados em painel. Como resultado na pesquisa constatou-se que aproximadamente 65% das empresas que aderem ao processo de recuperação judicial possuem elevado grau de endividamento bancário na época da recuperação, tendo esse grupo como principal componente de seu passivo. Além disso, verificou-se que a adesão ao plano de recuperação sinaliza que as empresas utilizam o recurso do processo de recuperação como alternativa para evitar falência e possuem dificuldade de retomar sua capacidade financeira e econômica.
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