A mandioca foi, até a década de 1980, no Agreste Potiguar, uma planta cultivada predominantemente para a subsistência dos trabalhadores rurais. A partir da década citada, a referida atividade começa a ser modernizada, o que ocasiona mudanças técnicas, nas relações de trabalho e no uso do território. Assim sendo, objetivamos, no presente trabalho, analisar as mudanças nas técnicas e nas relações de trabalho que vêm sendo implementadas com o processo de modernização da atividade mandioqueira no Agreste Potiguar, bem como compreender a função dessa atividade no uso atual do território do Agreste Potiguar. Para atingir tais objetivos, realizamos pesquisa bibliográfi ca, acerca dos conceitos e temas que permeiam as discussões do trabalho, e pesquisa empírica, entrevistando produtores de mandioca e proprietários de casas ou de indústrias de farinha do território em questão. Como consideração fi nal, enfatizamos que, no contexto de modernização, a mandioca não é mais um mero gênero de subsistência no Agreste Potiguar, mas sim uma mercadoria que é produzida e transformada, sobretudo nas indústrias, de acordo com padrões pré-estabelecidos, visando prover o abastecimento de mercados internos e externos. Palavras-chave: Modernização da atividade mandioqueira. Agreste Potiguar. Uso do território.
Objetivamos, neste trabalho, apreender a importância da fé católica para a produção do espaço de Caicó, principal cidade do Seridó Potiguar em termos históricos, geográficos e religiosos. Consideramos que o processo histórico de produção do espaço de Caicó, marcado por importantes signos e significações da religião católica, tem como marco inicial a criação da Freguesia da Gloriosa Senhora Sant’Ana do Seridó, em 1748. Assim, o recorte temporal da pesquisa corresponde ao período que vai do século XVIII ao XX. Para alcançarmos o objetivo do trabalho, realizamos pesquisa bibliográfica e reflexões teóricas sobre os conceitos de espaço geográfico, território, região, cidade, na perspectiva da Geografia da religião, bem como acerca da produção do espaço do Seridó Potiguar, especificamente do de Caicó. Outrossim, realizamos entrevistas com moradores de Caicó que são devotos de Sant’Ana, inquirindo-os sobre a influência da fé católica na formação e na construção do espaço da cidade. Como resultados da pesquisa, consideramos que a fé em Sant’Ana é importante característica histórica da socioeconômica do Seridó Potiguar e, particularmente, de Caicó. Outrora essa fé se conectava à tradicional dinâmica econômica do espaço, fundamentada na pecuária e na cotonicultura. Hoje, no contexto da reestruturação econômica, com destaque para atividades comerciais e de prestação de serviços, ganha realce a Festa de Sant’Ana, como evento social, cultural, religioso e econômico imprescindível para a dinâmica territorial urbana de Caicó.
RESUMOO conceito de território, no âmbito da Ciência Geográfica, vem sendo alvo de variadas compreensões. De Ratzel a Sack, do século XIX até meados do século XX, buscou-se compreender o território desde a ideia de posse sobre uma determinada área da superfície terrestre por um homem ou grupo de homens, até as estratégias tomadas pelos homens para afetar, influenciar e controlar outras pessoas numa dada delimitação espacial. Mais recentemente, especificamente na década de 1990, o geógrafo brasileiro Milton Santos formulou a concepção do território usado, que é considerado como sinônimo de espaço habitado, construído e reconstruído pelos homens, por meio de suas ações e relações. Para esse geógrafo, o território por si só não interessa às abordagens geográficas, constituindo-se em mera forma. O que interessa de fato à Geografia é o conteúdo do território, ou seja, o processo histórico de uso do território pelos homens, que revela os diferentes interesses dos diversos agentes sociais que atuam nesse uso. Seguindo essa concepção, procura-se no presente trabalho tecer breves reflexões sobre o conceito de território usado, atentando-se para o uso atual do território do Agreste Potiguar. Após a realização dessas reflexões, conclui-se que, no contexto atual, denominado por muitos de globalização, o território vem sendo usado de acordo com a lógica capitalista, que é geradora de desigualdades, contradições e combinações. Dentro dessa lógica, há agentes hegemônicos que se utilizam de suas forças para usar o território tomando como mero fundamento os seus próprios anseios, negligenciando as precárias situações de vida em que se encontram a maioria da sociedade. Para a consecução do trabalho recorreu-se à realização de pesquisa bibliográfica e empírica. A primeira consistiu na busca e na leitura de livros e textos que nos ajudassem a desenvolver as reflexões postas em tela acerca do território na perspectiva do seu uso. E a segunda consistiu em observações que fizemos no território do Agreste Potiguar, a fim de buscarmos compreender melhor o uso que vem sendo feito desse território.Palavras-chave: Território usado. Uso do território. Agreste Potiguar.
Neste artigo, objetivamos refletir sobre o planejamento do espaço considerando a situação da cidade dos países subdesenvolvidos e trazendo uma abordagem desse planejamento na perspectiva do espaço banal. O planejamento do espaço é um instrumento por meio do qual podemos meditar sobre um futuro melhor para todos os agentes sociais, que usam o território de diferentes modos, de acordo com distintos interesses e necessidades. Assim sendo, ao planejar temos a possibilidade de vislumbrar, significativamente, objetivos a serem atingidos com o ordenamento territorial. No momento atual, o planejamento do espaço vem sendo realizado, sobretudo nos países subdesenvolvidos, numa perspectiva mercadológica, isto é, de acordo com interesses dos agentes hegemônicos do mercado, sendo indispensável para a manutenção e para o agravamento do atraso dos países pobres, assim como para a intensificação das disparidades sociais neles existentes. Contudo, outra perspectiva para o planejamento do espaço é possível. Aqui, propomos a perspectiva do espaço banal, por meio da qual se tem a possibilidade de pensar um ordenamento que seja condizente com o bem-estar coletivo — proposta esta que não pode prescindir de reflexão e implementação, principalmente na realidade dos países subdesenvolvidos, onde a maioria da sociedade vive em condição de pobreza e sem ter acesso a serviços sociais básicos, não usando, destarte, o território de maneira digna.
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