Este artigo procura tratar de temas que concernem ao corpo e sua fabricação associados às ideologias da “modernidade” e às conformações dos Estados nacionais e suas instituições. Mais especificamente, trata-se de abordar as relações, do ponto de vista histórico e antropológico, entre o uso racional do corpo e a forja de um “espírito coletivo” através da ginástica, da educação física e do esporte, relações estas mediadas por instituições de Estado, com destaque para o Exército Brasileiro. Após breve panorama sobre os vínculos existentes entre os nacionalismos e o surgimento dos exércitos, os quais, segundo análise empreendida, operam de modo sistemático e estrutural através de relações de “troca”, passo ao caso brasileiro e às fases estabelecidas por alguns autores para caracterizar cada período, suas influências, aproximações e distanciamentos no que concerne às relações entre o Exército, sua doutrina e organização hierárquica, a educação física enquanto “disciplina” ou “pedagogia” e os desportos, tomados como “práticas corporificadas”. Por fim, trato das associações mais recentes entre militares e a política esportiva nacional através de fomentos ao esporte olímpico; enfim, uma reinserção do Exército Brasileiro no cenário da gestão esportiva, que aponta uma vez mais para a relação entre o corpo disciplinado e o “espírito coletivo” engendrado pelo nacionalismo.
Resumo: O artigo em tela tem como objetivo central produzir uma reflexão crítica, a partir da categoria atletas militares, sobre os novos processos e formas de subjetivação esportiva. No limite, este texto pretende indicar aproximações e dissonâncias, tensões e distensões, entre os regimes esportivo e militar. Para tanto, buscamos produzir uma revisão bibliográfica e documental, somada a alguns estudos de caso e dados etnográficos, partindo da análise interseccional de três concepções centrais para esta investigação: a) ethos militar, b) olimpismo e c) masculinidade. Nesse sentido, o corpo do atleta militar é pensado como ponto de convergência que ajuda a compreender os processos de subjetivação endógenos aos círculos militares e às práticas esportivas, assim como possíveis fraturas no edifício da masculinidade hegemônica contemporânea.
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