O presente artigo analisa as discussões e ações científicas e políticas em torno da questão da poliomielite no Brasil ao longo do século XX, examinando as questões que desenharam a política de controle da doença e resultaram nos dias 'nacionais de vacinação, instituídos em 1980.
Vaccination campaigns against poliomyelitis in Brazil (1960Brazil ( -1990 Resumo Este artigo pretende discutir as campanhas de vacinação contra a poliomielite no Brasil. Examina as questões que formataram a políti-ca de controle da doença, na interface com a história da ciência e da tecnologia, no que diz respeito à descoberta das vacinas, ao desenvolvimento de técnicas laboratoriais de diagnóstico e novos procedimentos de vigilância epidemiológica, e com a história das políticas de saúde pública, no que se refere à decisão e implementação do controle e posterior erradicação da doença. Pretende ainda demonstrar que, para além das tecnologias disponíveis, foram necessárias negociação e vontade política para se alcançar o controle e posterior erradicação da doença no país. As fontes utilizadas foram, principalmente, artigos científicos, depoimentos orais, documentos oficiais e maté-rias jornalísticas. Palavras-chave Vacinação, Poliomielite, Políti-ca de saúde, História, Brasil Abstract This article discusses the vaccination campaigns against poliomyelitis in Brazil. It examines issues that have shaped the politics of disease control at the interface with the history of science and technology with regard to the discovery of vaccines, the development of laboratory techniques for diagnosis and surveillance of new procedures, and history of public health policies in relation to decision making and implementation of control and eradication of disease. The aim is also to demonstrate that in addition to the technologies available, it was necessary some negotiation and political will to achieve the control and eradication of the disease in the country. The main sources used were scientific articles, oral testimonies, official documents and newspaper articles.
O livro traz um estudo, em perspectiva comparada, da tuberculose e da Aids no Brasil, nas primeiras e últimas décadas do século XX. Resgatando a análise de ensaios anteriores sobre a tuberculose na cidade do Rio de Janeiro, a autora constata a existência de analogias evidentes em relação à Aids tanto do ponto de vista do conhecimento científico e das ações institucionais quanto das construções sociais.
Analisa um debate trazido a público pelo Jornal do Commercio , entre agosto e setembro de 1899, envolvendo duas autoridades sanitárias, Nuno de Andrade, diretor-geral de Saúde Pública, e Jorge Pinto, diretor de Higiene e Assistência Pública do Estado do Rio de Janeiro. No cerne da questão as medidas tomadas pelo governo federal para evitar a chegada da peste bubônica ao Brasil, a partir de uma epidemia existente na cidade do Porto, Portugal. O referencial teórico para a análise foi a noção de campo de Pierre Bourdieu e os estudos sobre controvérsia científica de Bruno Latour.
A Aids irrompeu no cenário público no início da década de 1980. A forma brutal como se manifestava, seu aspecto misterioso, incompreensível e inexplicável deixaram perplexos tanto os médicos e cientistas quanto os leigos. Inicialmente, foi identificada como uma síndrome que acometia indivíduos do sexo masculino que tinham em comum a homossexualidade. A identificação clínica ocorreu, primeiro, nos Estados Unidos, assim como a classificação dos homossexuais masculinos como grupo de risco -em que é maior a incidência da doença quando comparada com a população em geral -quase exclusivo. Posteriormente, constatou-se a ocorrência da doença em usuários de drogas injetáveis e hemofílicos. Aumentaram, então, os grupos de risco, mas a doença continuou sendo entendida como exclusiva desses grupos. 1 Observações clínicas e epidemiológicas indicavam que era transmitida por via sexual e sangüínea, e que um vírus era o provável agente etiológico. Desde o início, acreditou-se nessa hipótese, que foi demonstrada em 1983, simultaneamente na França e nos Estados Unidos, por Luc Montagnier, do Instituto Pasteur, de Paris, que isolou o vírus que denominou LAV, e Robert Gallo, do National Cancer Institute, que o denominou HTLV-III. A questão da primazia da descoberta e a associação do vírus ao grupo HTLV despertaram grande controvérsia, Em maio de 1986, uma Comissão Internacional de Nomenclatura de Virologia decidiu unificar e universalizar o nome do vírus, que passou a se chamar HIV.A disseminação da doença foi acompanhada na imprensa por matérias que, por um lado, divulgavam os esforços da comunidade científica para debelar o HIV, e, por outro, reforçavam, no imaginário coletivo, a noção de que a Aids era efeito necessário de condutas reprováveis do ponto de vista da moralidade preconizada pelo status quo.Quando surgiram os primeiros casos no Brasil, em 1981, absorveu-se imediatamente a categorização criada nos Estados Unidos e
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