Objetivou-se conhecer a tendência da leishmaniose visceral humana (LVH) no Estado da Paraíba e construir um perfil epidemiológico dos sujeitos acometidos. Adotou-se um estudo epidemiológico, série temporal, caráter quantitativo, com base nas notificações compulsórias de LVH, coletadas no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Teve como população as 1.027 notificações de leishmanioses no período de 2009 a 2018 e amostra 413 de LV. A análise foi realizada com estatística descritiva, utilizando-se do software Microsoft Excel 2013® e o SPSS versão 20.0. Os dados revelaram que a média de notificação na Paraíba, no período, foi 34,4 casos/ano, representando 1,1% da Região Nordeste e 0,71% do Brasil. Apresentou tendência oscilante no período estudado, no Brasil e na Paraíba. Mais prevalente em homens (64,9%), na faixa etária <5 anos (29,3%), com até 4 anos de estudo (47,59%), da raça negra (73,1%). 15,3% apresentou coinfecção com HIV, dos quais 52,4% teve cura e 7,9% foi a óbito. Conclui-se que o grupo etário de crianças e idosos é mais vulnerável. Ocorre mais em homens de baixa escolaridade e raça negra. A LVH se destaca como uma doença crônica e de alta letalidade quando não diagnóstica e tratada adequadamente e se caracteriza como um grave problema de saúde pública, por sua falta de controle, exigindo da Vigilância em Saúde, profissionais de saúde e gestores ações mais efetivas no rastreio da LV canina e controle dos animais de rua.
Palavras chave: Leishmaniose Visceral. Notificação Compulsória. Zoonose.