A densidade de Kernel consiste em quantificar as relações dos pontos dentro de um raio (R) de influência, com base em determinada função estatística, analisando os padrões traçados por determinado conjunto de dados pontuais, estimando a sua densidade na área de estudo (BERGAMASCHI, 2010). De acordo com Kawamoto (2012, p. 16-17), a técnica de Kernel “[...] consiste num estimador probabilístico de intensidade do processo pontual não-paramétrico através de função Kernel". Dentro dessa perspectiva metodológica, o objetivo deste trabalho é apresentar um mapa de densidade de Kernel da incidência de COVID-19 para área urbana de Santa Maria, RS, utilizando os dados do dia 05 de junho de 2020 (n = 282). Os procedimentos metodológicos se dividiram em cinco etapas: (1) definição do raio (R); (2) função k escolhida; (3) procedimentos realizados no QGIS para a geração da densidade de Kernel; (4) determinação do número de classes e intervalo; e (5) finalização do mapa. Os dados levaram a observar uma maior densidade de casos na área central da cidade, especificamente nas proximidades dos bairros Centro, Bonfim, Nossa Senhora de Fátima e Nonoai, com uma maior circulação de pessoas, serviços e residentes. Contudo, é possível identificar a dispersão da COVID-19 para áreas periféricas da cidade, como já ressaltado em Rizzatti et al (2020). O bairro Camobi, na região leste da cidade, demonstra comportamento semelhante ao bairro Centro, porém em menor densidade, formando o que poderíamos chamar de cluster secundário, além da zona Oeste da cidade, que demonstra a formação de um novo cluster.
O presente ensaio metodológico apresenta como produto cartográfico o mapa do número de casos confirmados de COVID-19 por bairro na área urbana de Santa Maria, RS – 16/05/2020 (n = 100) – Casos acumulados, bem como uma breve explicação metodológica dos procedimentos técnicos adotados em sua confecção. Destacou-se a metodologia para geocodificação intraurbana no espaço urbano de Santa Maria, RS, e uma breve descrição do produto obtido para os casos acumulados até a 20ª Semana Epidemiológica (SE). O produto cartográfico e a metodologia demostram eficiência para a interpretação dos dados na cidade média citada e contribuem para a gestão em saúde local.
O presente estudo tem como objetivo analisar a difusão espacial da COVID-19 e caracterizá-la em relação às grandes estruturas territoriais do estado do Rio Grande do Sul. Trata-se de um estudo ecológico, realizado com todos os casos registrados de COVID-19 (infectados e óbitos), no período de 10 de março à 02 de maio de 2020. Os dados foram coletados em fontes secundárias oficiais e modelados por município de residência do caso. A difusão dos casos e sua densificação permitiu reconhecer dois grandes eixos de difusão da COVID-19 no estado do Rio Grande do Sul: na rede urbana que vai de Porto Alegre à serra gaúcha, que é a rede de maior densidade e de maior fluxo, e na rede que vai na direção da campanha, que é uma rede urbana de menor densificação e fluxo, mais antiga e também mais fragmentada. Por essa razão, é maior o número de casos na rede urbana da serra, estendendo-se, por conseguinte, até Passo Fundo e Erechim. Mais de 90% dos casos estão concentrados em municípios de baixa privação social e melhores condições de saúde, exatamente no eixo Porto Alegre-Serra-Norte gaúcho. Todavia, há sinais de interiorização da COVID-19 em municípios de elevada privação social, sobretudo os localizados na região do Pampa e nas fronteiras sul e oeste. Recomenda-se, dessa forma, enorme atenção à interiorização do vírus, seja porque a extensão geográfica do evento torna mais difícil o seu controle, seja ainda porque municípios socialmente mais privados possuem piores condições de saúde e maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde.
A Geografia da Saúde é fundamental para o entendimento da evolução dos casos de COVID-19, levando a interpretação e a compreensão da dinâmica espacial da ocorrência da doença. É importante compreender que quanto maior for a abrangência espacial do evento, maiores as chances de propagação e maiores são os desafios para vigilância e contenção. Assim, o presente trabalho tem como objetivo compreender a distribuição dos casos confirmados da COVID-19, por bairros e por Regiões Administrativas (RA), na área urbana de Santa Maria, relacionando-a com o Índice de Privação Social (IPS) e identificando possíveis padrões espaciais decorrentes da sua evolução até a décima nona Semana Epidemiológica (SE). A metodologia do trabalho consistiu na sistematização cartográfica e análise de dados referente aos casos confirmados de COVID-19 da 14ª SE até a metade da 19ª, bem como com sua associação com o IPS, elaborado por Spode (2020). Os casos registrados demonstram o avanço da COVID-19 para regiões periféricas de Santa Maria, conduzindo a necessidade de planejamento de estratégias para o combate ao novo Coronavírus.
A COVID-19 já é o maior desafio de saúde pública deste século e se estende rapidamente no Brasil, das capitais ao interior, com variações que acompanham suas próprias desigualdades territoriais. A rápida dispersão do vírus levou o país a assumir o segundo lugar em número de casos no mundo, mas é ainda incerta as consequências desse processo nos municípios de pequeno porte e de elevada privação social. O objetivo deste trabalho é analisar a difusão e interiorização espacial da COVID-19 no estado do Rio Grande do Sul e avaliar essa dispersão em relação a uma tipologia de municípios classificados por tamanho populacional e níveis de privação social. Trata-se de um estudo ecológico realizado com todos os casos registrados de COVID-19 entre as 11ª e 21ª semanas epidemiológicas (SE). Os dados foram coletados em fontes secundárias oficiais e modelados em sistema de informação geográfica. As análises foram realizadas com técnicas exploratórias de dados espaciais, estatística descritiva e uso do estimador de densidade de Kernel. Os resultados mostraram concentração espacial de casos e óbitos de COVID-19 nos eixos mais desenvolvidos do estado, mas nas últimas SE o crescimento foi maior nos municípios de pequeno e médio porte e de elevada privação social.
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