What makes a region: establishing analytical dimensions for the application of neumann's region-building approach This article proposes some reflections on the theoretical findings of the Region-Building Approach defended by Iver Neumann (1994; 2003), noting that, although its ontological approach is the most adequate to study region-building processes in the field of International Relations, its methodological aspects have been underdeveloped until now. The article uses a bibliographical review to locate itself in the literature on regions as a whole and, from the reflections obtained, suggests advances. A refinement of Neumann's theory is presented, focusing on contributing to the development of more consistent methodologies for research that use it and four analytical dimensions to study regional narratives are suggested. It is argued that, based on the four analytical dimensions proposed, it is possible to safely infer the idealized center of a region and the actors whose discursive action most influenced its creation as an imagined community.
A presente pesquisa se insere junto a estudos sobre construção de regiões, entendidas aqui como construções cognitivas atreladas a projetos políticos e manifestadas por meio de discursos. Trabalhos nessa mesma linha teórica já foram desenvolvidos sobre o Atlântico Sul no passado, mas sempre limitados à perspectiva da política externa brasileira enquanto potencial agente construtor da região sul-atlântica, ignorando a resposta dos demais Estados ao projeto. Procurando sanar essa lacuna, a pesquisa aplicou o método da análise de conteúdo quantitativa a 106 discursos que contivessem citações ao Atlântico Sul, proferidos na Assembleia Geral das Nações Unidas por Estados banhados pelo oceano em questão. O conteúdo dos textos foi categorizado dentro de cinco dimensões de análise: (1) delimitação geográfica; (2) relações políticas internacionais ou transnacionais no território em questão que sejam descritas por seus atores como dinâmicas regionais; (3) fatores identitários; (4) citação nominal a outros atores e; (5) questões pontuais tratadas como relevantes para o espaço em questão. Os resultados sugerem que a ZOPACAS de fato se trata de um projeto de construção regional para o Atlântico Sul, cujo período de maior força se deu entre 1986 e 1994, perdendo fôlego até 1998 e caindo no ostracismo desde então. Embora a retomada da iniciativa em 2007 tenha sinalizado um potencial renascimento de um projeto de construção regional sul-atlântico, tudo indica que o espaço oceânico comum continua sendo interpretado majoritariamente como um mero espaço de interação entre as regiões da América do Sul e da África Ocidental.
O artigo insere-se em um conjunto de estudos sobre construção de regiões, entendidas aqui como construtos cognitivos atrelados a projetos políticos, manifestadas por meio do discurso dos atores. Busca verificar a hipótese de que a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS) foi criada e mantida como um projeto de construção regional brasileiro para o espaço oceânico em questão. É aplicado o método da análise de conteúdo qualitativa a 27 documentos, divididos entre discursos de representantes brasileiros nas Reuniões Ministeriais da ZOPACAS e circulares internas do Ministério das Relações Exteriores Brasileiro, datadas dos anos de 1986 a 2013 e coletados diretamente no Arquivo Histórico do MRE entre os dias 22 e 25 de agosto de 2017. Os dados sugerem que a ZOPACAS de fato se trata da manifestação de um projeto regional brasileiro para o Atlântico Sul, cujo momento de maior relevância ocorreu em sua primeira década, caindo no ostracismo desde então. Embora a retomada da iniciativa em 2007 tenha sinalizado um potencial renascimento do projeto, os dados coletados sugerem que o espaço oceânico comum continua sendo de baixa relevância no discurso do governo brasileiro, sobretudo se comparado ao seu período áureo.
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