O gengibre, Zingiber officinale R., se originou na Ásia e vem sendo utilizado na fitoterapia tradicional para o tratamento de gripes, resfriados e problemas gastrointestinais, sendo que o conhecimento quanto a sua utilização tem sido repassado de geração a geração, especialmente pela oralidade no núcleo familiar. Diante do exposto, este estudo teve como objetivo realizar um levantamento quanto ao conhecimento e utilização de gengibre por moradores de Alta Floresta (AF) e Peixoto de Azevedo (PA), Mato Grosso, Brasil. Os moradores que aceitaram participar do estudo responderam, por meio de questionário semiestruturado, questões relacionadas ao perfil pessoal, socioeconômico e conhecimento sobre o gengibre. Os dados coletados foram analisados quanto ao conhecimento sobre a espécie, sua utilização e forma de preparo. Para determinar a importância de cada forma de utilização citada pelos entrevistados calculou-se o índice de concordância do uso. A idade dos entrevistados variou de 20 a 80 sendo que as mulheres representaram 62% dos entrevistados. A principal forma de preparo do gengibre como fitoterápico é a infusão ou decocção do rizoma, utilizado principalmente para o tratamento de gripe (AFCUPc: 67,9%; PACUPc: 61,5%). A manutenção do conhecimento sobre o uso de fitoterápicos tradicionais foi atribuída, principalmente, ao núcleo familiar e aos vizinhos, destacando a importância da comunidade na construção do patrimônio cultural. O gengibre é utilizado, especialmente, para o tratamento de gripe, infecções de garganta e resfriado, embora também seja utilizado, com frequência, como tempero.
A espécie Manihot esculenta Crantz é a única espécie do gênero Manihot cultivada para comercialização, apresentando relevante importância na dieta alimentar. Conhecida popularmente como mandioca, macaxeira ou aipim, a planta é altamente cultivada pela sua ampla adaptação às diferentes condições edafoclimáticas e potencial produtivo. A definição da melhor época de colheita e a caracterização morfoagronômica e qualidade culinária são importantes para a diferenciação e seleção de etnovariedades de mandioca. Neste sentido, objetivou-se neste estudo realizar a caracterização morfoagronômica e culinária de três etnovariedades de mandioca (Amarela, Mandioca de ano e Cacau Pinheiro) em quatro épocas de colheita (8, 10, 12 e 14 meses pós-plantio), nas condições edafoclimáticas do município de Alta Floresta, Mato Grosso, Brasil. A caracterização foi realizada utilizando quinze descritores qualitativos e quantitativos descritos para a espécie. Os resultados demonstram que os descritores morfoagronômicos foram eficientes na caracterização das etnovariedades evidenciando variabilidade entre o material avaliado. A etnovariedade Amarela apresentou superioridade para produção de parte aérea, enquanto que a Cacau pinheiro e Mandioca de ano foram superiores quanto à produção de raízes tuberosas aos 10 e 12 meses, respectivamente. Houve variação fenotípica quanto às características ‘cor do córtex da raiz’ e ‘cor da polpa’, no qual a etnovariedade Amarela foi a única a apresentar cor da polpa amarela, critério desejado pelos consumidores. O tempo de cozimento para as três etnovariedades avaliadas nas quatro épocas de colheita foi considerado ruim (>30 minutos), assim como o padrão de massa cozida. Quanto à deterioração, o material avaliado apresentou boa conservação das raízes. A época de colheita influenciou as características morfoagronômicas e qualidade culinária das três etnovariedades de mandioca avaliadas nas condições edafoclimáticas do município de Alta Floresta, Mato Grosso. De modo geral, indicamos a etnovariedade Amarela para fins culinários e a Mandioca de ano e Cacau pinheiro para fins produtivos.
Todo o conteúdo deste livro está licenciado sob uma Licença de Atribuição Creative Commons. Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.