ResumoA atual política de saúde mental infantojuvenil propõe que as ações nesse campo devam se somar a várias outras, para que, num processo de diálogo intersetorial permanente, garanta-se integralidade dos cuidados, como pleiteia o paradigma da atenção psicossocial. Neste trabalho, refletimos sobre o lugar da intersetorialidade nas produções científicas da última década divulgadas em periódicos brasileiros, bem como a concepção de saúde mental que essas revelam. Para tanto, analisamos 14 artigos indexados que tratavam dos Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi). Observou-se, em grande parte das publicações, a primazia do olhar clínico-individual, sinalizando o entendimento de que a saúde mental é uma categoria ontológica, universal, dependente dos mecanismos intrapsíquicos do sujeito. Alguns estudos referenciam a intersetorialidade, sem, contudo, colocá-la em debate. Concluímos que, se as ações do CAPSi não podem prescindir às outras, tampouco tal discussão pode passar inadvertida e não problematizada nesse meio científico. Palavras-chave:Criança. Adolescente. Atenção psicossocial. Intersetorialidade. Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil.Abstract Current children and youth mental health policy proposes that actions assumed in this field should be added to many others, so that, in a process of permanent intersectional dialogue integral care is assured, according to the Psychosocial paradigm. This paper reflects upon the intersectional place in the last decade scientific papers published in Brazilian journals,
RESUMOdatam do início do século XX preocupações com o destino da infância pobre e, na sequência, a necessidade de elaboração de políticas públicas para atendê-la. Num período que antecede a inserção formal do Estado na formulação dessas políticas, tomamos como exemplo a atuação do médico arthur Moncorvo Filho (1871Filho ( -1944, que fomentou, nas primeiras quatro décadas do século passado, um grande projeto de atendimento médico e assistencial às crianças nominadas "material e moralmente abandonadas". a proteção social à infância era apresentada como baluarte de inserção do Brasil no rol das nações modernas a despeito das contradições sociais que se acirravam. Voltando os olhos para o passado e resgatando a historicidade das políticas de atendimento, confirmamos a remota existência de uma infância desprotegida. Pretendemos com este resgate refletir sobre como tem sido recorrente a defesa da proteção social, cujos desdobramentos nas políticas atuais têm outorgado à psicologia um lugar de destaque.Palavras-chave: infância; Moncorvo Filho; vulnerabilidade; proteção social; historicidade. ABSTRACTSince the early 20 th century, there has been concern with the future of the concept of poor childhood and the creation of public policies to assist it. in a period that precedes the formal insertion of the State in the formulation of these policies, we took as example the performance of Dr. Arthur Moncorvo Filho (1871Filho ( -1944, who in the first four decades of last century promoted a great project of medical service and assistance to the children considered to be "materially and morally abandoned". Social protection to childhood was presented as a bastion of Brazil's insertion in the list of modern nations, in spite of the social contradictions that were becoming more extreme. Looking back at the past and rescuing the historicity of service policies, we confirmed the existence remote of an unprotected childhood. With this recollection, we intended to reflect upon how recurring has been the defense of social protection, whose unfolding in current policies have given psychology a prominence place.Keywords: childhood; Moncorvo Filho; vulnerability; social protection; historicity.Introdução diariamente, noticiários da tV adentram nossas casas e nos apresentam cenas nas quais crianças se tornam notícia por sofrerem as mais variadas formas de violência e negligência. Não raro, esses mesmos noticiários nos atordoam com cenas que revelam trajetórias de vidas envolvidas precocemente com a criminalidade, com o mundo dos vícios, a prática de furtos, o conví-vio com o submundo das ruas... São "infâncias" que desfiguram a imagem de inocência que resguardamos dessa fase do desenvolvimento humano. anjos ou demônios? a despeito das muitas respostas, assistimos, no decurso do século XXi, o Estado ser compelido a criar políticas que impeçam ou ao menos reduzam os efeitos nefastos do desamparo e da negligência para com o público infanto-juvenil. a instituição da doutrina da Proteção integral, respaldada no art. 227 da Constituição da rep...
A obra trata da importância da psicologia sócio-histórica no cenário brasileiro. Este referencial teórico é baseado no materialismo histórico e se desenvolveu no final da década de 1970 e 1980, se configurando como uma das vertentes mais pesquisadas no cenário brasileiro. Foram reunidas pesquisas teóricas e de campo, com uma variedade de temas que vão desde a gênese da afetividade e criatividade, até o trabalho com jovens e adolescentes em privação de liberdade, reforma psiquiátrica e Sistema Único de Saúde. O lançamento do livro procura agregar diferentes pesquisadoras(es) de universidades do Paraná e São Paulo, todas(os) ligadas(os) à programas de pós-graduação ou residências profissionais reconhecidos pelo MEC e CAPES. Esperamos que a obra preencha um espaço no mercado editorial brasileiro, ainda em expansão quanto às possibilidades de atuação profissional mediadas pela psicologia sócio-histórica.
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