Neste artigo, analisamos a disputa protagonizada pelo Ministério Público brasileiro nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade 5.508, cujo tema foi a prerrogativa de negociação de acordos de colaboração premiada. Por meio dela, pretendemos mapear as dinâmicas da competição pela concentração de recursos de poder para o combate da corrupção política. Para tanto, adotamos a perspectiva de uma sociologia relacional e política do direito e incorporamos as informações bibliográficas da sociologia das profissões e dos estudos político-institucionais. Discernimos que a Ação contém duas dimensões de disputas: uma em cujo centro está o tipo de modelo acusatório adotado no processo penal brasileiro e outra, em cujo centro está a colaboração premiada em si mesma. Em ambos os casos, enfatizamos a análise de seus aspectos e possíveis consequências paradoxais. A colaboração premiada é, desse modo, um recurso indispensável para as estratégias de melhoramento das posições dos membros do Ministério Público ao mesmo tempo em que se constitui enquanto uma ameaça à autonomia dessa organização. As táticas hegemonizantes que adotam como forma de resolução dessa contradição podem, por sua vez, produzir a desintegração da cooperação que vem permitindo a eficiência da justiça no combate à corrupção.
Agradeço ao Prof. Dr. Sérgio Adorno, meu orientador desde o mestrado, e que, com paciência e sabedoria, me ajudou a compreender os caminhos sinuosos da investigação sociológica. Sua trajetória intelectual brilhante e sua indispensável contribuição para a sociologia brasileira devem ser celebradas. Orgulho-me profundamente de ter sido seu orientando.Agradeço, mais uma vez, ao Prof. Dr. Sérgio Adorno, desta vez pela sensibilidade que conduziu o trabalho de finalização desta tese. Tive enorme dificuldade para concluíla. Estive perdido em muitos momentos. Senti-me desmotivado, desesperado e fracassado. Descumpri sistematicamente os prazos para a entrega dos capítulos. Porém, o Prof. Sérgio jamais deixou de me acolher de forma compreensiva, de me encorajar e de me explicar, pacientemente, os caminhos até a linha chegada. Me sinto profundamente grato por isso. Gostaria de ter sido melhor aluno. Agradeço ao Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo por ter acolhido a minha pesquisa. Me sinto honrado por fazer parte do NEV. Me sinto também honrado por poder oferecer a minha modesta contribuição para a sua história de pesquisas de excelência e defesa dos direitos humanos e da democracia no Brasil. Agradeço à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) pela bolsa de pesquisa concedida no âmbito do Processo Fapesp n. 2019/02667-9, e destaco que as opiniões, hipóteses e conclusões ou recomendações expressas neste material são de responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a visão da Fapesp. Agradeço ao Prof. Dr. Rogério Bastos Arantes e ao Prof. Dr. Frederico de Almeida pela participação em minha banca de qualificação e pelas críticas e sugestões que me ajudaram a encontrar os caminhos por onde desenvolver esta tese. Aproveito também para agradecer todos os professores e professoras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo que contribuíram para minha formação como sociólogo. Neste ano, completo 13 anos como aluno da Faculdade. É também o meu último ano. Sentirei a falta de todos os Professores e Professoras. Mas me sinto feliz e orgulhoso por poder seguir adiante carregando comigo os seus ensinamentos. Agradeço aos servidores da Faculdade e do Programa em Pós-Graduação em Sociologia pelo trabalho competente e pelo bom trato com nossas dificuldades em navegar pelas regras, sistemas e prazos da pós-graduação. Agradeço aos meus amigos. Felizmente, são muitos, e todos foram indispensáveis para que eu pudesse me tornar quem eu sou. Tenho orgulho de poder compartilhar minha vida com eles. Agradeço à minha família, em especial à minha mãe, Telma. Sempre muito generosa, doce e compreensiva, mesmo ao longo dos vários meses que seu filho ficou sem visitá-la para poder se dedicar à conclusão desta tese. Estou feliz porque, em breve, poderei abraçá-la novamente. Gostaria, por fim, de agradecer ao meu amor, a Laura. Se me permitem, gostaria de me dirigir a ela. Obrigado, meu amor, por ter passado ao meu lado pela pandemia. Eu sou incapaz de imaginar...
A introdução da colaboração premiada no Brasil atribuiu, sobretudo aos promotores e procuradores de justiça, um tipo de poder geralmente chamado de discricionário. A incompreensão a respeito dessa modificação tem motivado dificuldades em sua análise. Neste artigo é feita uma revisão a respeito do modo como a discricionariedade foi abordada pelas ciências sociais e jurídicas com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do debate social e científico em torno do tema. Por meio da leitura crítica da produção bibliográfica em língua inglesa e dos trabalhos brasileiros que incorporaram suas premissas e métodos, concluiu-se que essa categoria admitiu grande variedade de significados e é inadequada para responder às questões que ela mesmo ajudou a propor. Finalmente, foi sugerido um quadro alternativo de análise em que a discricionariedade é decomposta em suas partes para, em seguida, ser requalificada pela teoria sociológica.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.