Pretende-se analisar o papel do poeta António Feliciano de Castilho (1800-1875) como redator da Revista Universal Lisbonense a partir de seus editoriais, mudanças na publicação e correspondência com alguns colaboradores. Apesar do apagamento de seu nome na história da literatura portuguesa, o valor dessa publicação no campo literário português do romantismo passou incólume, graças às ações que esse escritor desempenhou para firmar esse título como marco cultural.
Resumo: O poeta António Feliciano de Castilho foi um dos principais nomes do campo literário português até ser atacado em 1865, numa polêmica conhecida como "Questão Coimbrã", por escritores que mais tarde seriam considerados a Geração de 70. Neste artigo, analisaremos o projeto de composição das notas à sua tradução d'Os Fastos, de Ovídio, publicada em 1862. Para isso, destacaremos os paratextos que acompanham a obra e alguns de seus epitextos, nomeadamente um conjunto de correspondência do segundo semestre de 1859 sobre sua composição. O objetivo é verificar suas ações para incluir autoras como colaboradoras de seu projeto de anotação. A análise da correspondência revela um conjunto significativo de autoras e os diferentes modos com que Castilho se relaciona com elas. Palavras-chave: Autoria feminina. Correspondência. Paratexto. Campo literário. Introdução António Feliciano de Castilho (1800-1875) é um caso curioso na historiografia literária portuguesa. Ele foi considerado um dos grandes nomes do romantismo, formando um "triunvirato" com Almeida Garrett (1799-1854) e Alexandre Herculano (1810-1877), mas acabou por ser alcunhado de "árcade-póstumo" pela Geração de 70 após a polêmica conhecida como "Questão Coimbrã", que opôs esse poeta e seus amigos e discípulos ao grupo de literatos que acabaria por ocupar o centro do campo literário, como Antero de Quental, Eça de Queirós, Teófilo Braga e outros. Castilho, apesar do prestígio desfrutado e do papel preponderante que exercia, sobretudo após a morte de Garrett e do afastamento de Herculano para cultivar oliveiras e produzir azeite em Vale de Lobos, é hoje um autor esquecido, sem reedições recentes de sua obra. Por outro lado, alguns pesquisadores têm buscado reler a produção desse autor, que abrange não apenas a poesia, mas um grande leque de atividades relacionadas com o papel de um intelectual do oitocentos. Afinal, não é possível deixar de reconhecer sua importância no sistema literário da época, a ponto de Ida Alves, ao analisar a correspondência dele com Camilo Castelo Branco (1825-1890), afirmar que António Feliciano de Castilho "é um entusiasta, atento ao seu tempo, às novidades, ao que se publica, ao que se encena. Ávido de
A trajetória pessoal, intelectual e profissional da escritora e jornalista portuguesa Virgínia Sofia Guerra Quaresma tem sido tema de trabalhos acadêmicos, reportagens e blogs. Seu brilhantismo e pioneirismo garantiram posição de destaque, ainda mais se consideramos o triunfo de uma mulher que não se encaixava nos padrões normativos em um cenário dominado por homens. Contudo há vários pontos cegos ou apontamentos nebulosos, sobretudo nos momentos em que Virginia Quaresma atuou nas trocas de informação e de formação de opinião no contexto luso-brasileiro de boa parte do século XX. Somente a pesquisa em periódicos, documentos históricos e registros íntimos podem ajudar a desvendar a rede de sociabilidades que Virgínia teceu entre os dois lados do Atlântico. Este artigo destaca, nos momentos de suas estadias no Brasil, aspectos profissionais, feministas e políticos.
A leitura online de periódicos oitocentistas como forma de acesso ao texto literário além dos livros e dos escritores canônicos, a partir do projeto O Real em Revista. O acesso de leitores, pesquisadores e discentes à literatura tal como veiculada em seu suporte original possibilita novas e diferentes leituras. Destaque para a literatura, sobretudo a poesia, difundida em revistas literárias do Romantismo português pouco conhecidas, tais como A Lyra da Mocidade (1849), A Semana: jornal litterario (1850-1852), Miscellanea Poetica (1851-1852) e Hymnos e Flores: jornal litterario (1862-1863), e a presença de certo erotismo romântico e de escritoras.
Devido a algumas lacunas que ainda permeiam os estudos de autoria feminina, o presente artigo pretende contribuir com o levantamento biobibliográfico de escritoras portuguesas do século XIX apresentando alguns dados biográficos de Maria Adelaide Fernandes Prata (1822-1881). Essa escritora portuense, apesar de quase totalmente desconhecida hoje, publicou alguns livros, colaborou com periódicos e almanaques, foi comentada por seus contemporâneos e teve influente participação cultural no Porto romântico. Por isso, este artigo dedica-se a analisar algumas representações de gênero em sua obra, sobretudo no seu livro Poesias (1859). Seguindo a metodologia dos estudos de gênero, discute-se como essa autora questiona o sistema de gêneros e procura formas de expressar seus de sejos. Destacam-se exemplos de representações de “amizade romântica” (FADERMAN, 1981) entre mulheres.
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