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Este estudo, baseado na análise da microestrutura dos otólitos de Maurolicus stehmanni, apresenta estimativas dos parâmetros de crescimento e longevidade para esta espécie que habita a plataforma externa e o talude da ZEE sul-sudeste do Brasil. Estes parâmetros são importantes para o conhecimento da estratégia de vida da espécie e para o manejo deste recurso, que constitui um importante elo entre os componentes iniciais e finais da teia alimentar no ecossistema de mar aberto, sendo um dos principais itens na dieta das lulas e grandes peixes pelágicos. Dentre os vários métodos aplicados, os valores dos parâmetros de crescimento mais coerentes com a estratégia da espécie e que melhor se ajustaram à equação de von Bertallanfy foram: L∞= 55mm K= 0.0088/dia e to= 5.5 dias. A espécie vive cerca de 220 dias e as marcas diárias nos otólitos sagita são apropriadas para a determinação da idade.

Maurolicus stehmanni (Sternoptychidae) is a mesopelagic species of fish inhabiting the outer continental shelf and slope of the south-southeastern Brazilian (ZEE), where it presents a considerable biomass and is an important component of the trophic chain, as a forage species. On the basis of catches made with a mid-water-trawl net in 1996 and 1997, as part of the REVIZEE program, samples from 38 hauls were analyzed as regards the length structure of the population, the average length of the first maturation and the spawning seasons of the species. The analysis of histological cross-sections of the ovaries made it possible to describe the oocytic development and assess the macroscopic criteria used to classify the ovary maturation. Results showed that the average length of the first maturation occurs at 32 mm (standard length), females spawn all year round throughout the area studied and the oocytic development is asynchronous.
Maurolicus stehmanni (Sternoptychidae) é um pequeno peixe mesopelágico que habita a plataforma continental e o talude da região entre Cabo de São Tomé (22 S) e Chuí (34 S). No Atlântico Oeste, apresenta biomassa de cerca de 1 ton e é um importante componente da dieta de peixes pelágicos e demersais com valor comercial. A partir de capturas realizadas com rede de meia água, em 1996 e 1997, dentro do programa (REVIZEE), exemplares provenientes de 38 lances de pesca foram analisados em relação à estrutura da população em comprimento e aos estágios de maturação macroscópica das gônadas, dados que, associados a dados biométricos, permitiram estimar o tamanho médio da 1ª maturação e épocas de desova da espécie. Foram realizados, ainda, cortes histológicos de ovários e testículos com vistas a aferir a avaliação macroscópica e analisar o desenvolvimento ovocitário da espécie. Os resultados indicam que o tamanho médio da 1ª maturação é de 32 mm de comprimento padrão, as fêmeas desovam o ano todo e que a desova ocorre ao longo de toda a borda da plataforma continental sudeste-sul do Brasil. O desenvolvimento ovocitário é assincrônico, mostrando que M. stehmanni apresenta desova parcelada