Abstract:One of the main pillars of posthuman and transhuman thought is the use of technology as a means to ameliorate human life by helping overcome the flaws and limitations of the biological body. The effect of such trends has been central to the development of contemporary, third-turn dystopian novels in English, published in the past thirty or so years. However, one important aspect of such narratives is also their list of transgressive characteristics, distancing them from their modern, second-turn counterparts. The following article aims to discuss how transgressive the ideas of dystopia and transhumanism that form Margaret Atwood's MaddAddam trilogy are, essentially discussing whatever lies at the core of the human condition. Keywords: transhumanism; "ustopia"; MaddAddam trilogy; postapocalyptic fiction.Resumo: Um dos principais pilares do pensamento pós-humano e transumano é o uso da tecnologia como meio de melhorar a vida humana ao auxiliar na superação de falhas e limitações do corpo biológico. O efeito de tais tendências tem sido central ao desenvolvimento de romances distópicos contemporâneos, de terceira virada, em inglês, publicados nos
A discussão acerca do conceito de vida artificial, que procura reproduzir tudo aquilo que é entendido como vida a partir de uma perspectiva biológica, está cada vez mais se tornando fundamental para a criação de robôs-humanóides com habilidades e características muito semelhantes aos humanos. Em contrapartida, as teorias transumanistas e pós-humanista procuram permitir que os corpos humanos sejam mais autônomos, de modo a permitir com que os humanos tenham uma maior consciência dos seus corpos e das suas necessidades. Neste trabalho será investigado os cruzamentos entre tais conceitos do viés robótico e humano, procurando observar o quanto a vida artificial pode garantir uma expansão do conceito de transumano e pós-humano dentro dos estudos de reprodução artificial da vida biológica.
Em O Conto da Aia, de Margaret Atwood, a República de Gilead submete suas mulheres ainda férteis a uma série de atos que resultam em uma condição particular de morte em vida, uma condição a qual podemos chamar de morte social. Essa aparece em sua forma mais extrema, segundo Patterson (1985), na instituição da escravidão. A partir do estudo de Patterson, Lisa Guenther (2013) investiga os mecanismos que fazem e desfazem uma pessoa tanto externa (socialmente) quanto internamente (subjetivamente). O presente trabalho propõe que a interpretação da condição das Aias em Gilead como uma condição de escravidão abre portas para a compreensão das práticas sociais que geram o efeito da morte social desses sujeitos, bem como para a compreensão das condições de possibilidade do regime representado pela obra em questão, que de início pode nos parecer tão extremo, mas que tem como sua base mecanismos familiares de exclusão e violação.
Resumo: Muito se discute o caráter político dos romances distópicos da chamada segunda virada (do fim do século XIX a meados da década de 1950), vistos especialmente como críticas contundentes a regimes políticos totalitários. No entanto, uma nova vertente de romances distópicos, nos últimos 30 anos, tem discutido o impacto do desejo criado pelo capitalismo tardio na transfiguração do corpo, o que tem sido central para a construção de ideias pós-humanas e transumanas. O presente artigo almeja discutir as mudanças encontradas na literatura distópica de língua inglesa ao longo do século XX para propor uma terceira virada distópica na literatura, a partir dos escritos de Fredric Jameson sobre ficção científica e utopia, nos últimos trinta anos e centrando-se nas diversas configurações do corpo construídas a partir do desejo imposto pelo capitalismo tardio e seu impacto no modo de pensamento póshumanista e transumanista. Para tanto, exemplos de vários romances pertencentes a tal tendência são brevemente discutidos a fim de criar um panorama teórico-crítico que embase tal proposta.
Palavras-chave: Distopias. Pós-humanismo. Transumanismo. Utopia. Ficção especulativa. O número mais recente do periódico Anuário de Literatura (v.18, n.2), traz um artigo, intitulado "Teoria Crítica e Literatura: a distopia como ferramenta de análise radical da modernidade", de Leomir Cardoso Hilário. Nele, Hilário propõe-se a aplicar alguns preceitos dos pensadores da Escola de Frankfurt para propor que o gênero distópico (especialmente aqueles títulos que compõem o que chamo de distopias modernas, mas que o crítico Gregory Claeys identifica como sendo pertencentes à segunda virada distópica) seja visto como ferramenta de análise radical da modernidade e propõe "que o gênero literário conhecido como distopia nos fornece elementos para pensar criticamente a contemporaneidade,
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.