As doenças cardiovasculares aterotrombóticas representam uma das principais causas de morte no mundo. A aterosclerose é uma patologia de origem multifatorial com grande dependência genética e familiar, que apresenta elevada suscetibilidade de agravamento, segundo o estilo de vida. Nosso objetivo foi descrever as prevalências dos fatores de risco cardiovascular (RCV) e da Síndrome Metabólica (SM), além de estimar o RCV nos participantes do projeto Atividade Física na Vila. Mediante estudo de corte seccional, 48 pacientes entre 23 e 74 anos (41 mulheres e 7 homens), foram avaliados quanto à presença de sedentarismo, tabagismo, história familiar de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) ou doença arterial coronariana, obesidade, obesidade abdominal, hipertensão arterial (HA), DM2, glicemia de jejum alterada (GjA), dislipidemia e SM. As prevalências dos fatores de risco foram comparadas com os dados disponíveis para a população geral. A SM foi definida pelos critérios da NCEP. O RCV foi estimado pelo Escore de Framingham (EF) e comparado entre os participantes com e sem SM. Dos pacientes, 67% tinham mais de 50 anos e 46%, mais de 55. Houve alta prevalência dos fatores de RCV comparando-se aos dados populacionais, destacando-se sedentarismo (52% x 56%; NS), obesidade (homens 14% x 9%; NS; mulheres 39% x 13%; p<0,05), HA (56% x 32%; p<0,05) e hipercolesterolemia (63% x 40%; p<0,05). As prevalências de DM, GjA, obesidade abdominal e SM foram de 10%, 21%, 60% e 27%, respectivamente. O EF foi de 5,2 ± 5,5, sendo significativamente maior nos pacientes com SM (9,5 ± 3,1x 3,5 ± 5,4; p<0,05). Esses dados evidenciam a alta prevalência dos fatores de risco e sugerem sua ação sinérgica no aumento do RCV global representado pelo EF e a necessidade das mudanças no estilo de vida desses pacientes.