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O ser humano, tal como o imaginamos, não existe. Nelson RodriguesAs páginas a seguir foram adaptadas do arrazoado introdutório a um livro em preparação, onde desenvolvo análises etnográficas anteriormente esboçadas. A principal delas foi um artigo publicado em Mana, "Os Pronomes Cosmológicos e o Perspectivismo Ameríndio" (Viveiros de Castro 1996), cujos pressupostos metateóricos, digamos assim, são agora explicitados. Embora o presente texto possa ser lido sem nenhuma familiaridade prévia com o artigo de 1996, o leitor deve ter em mente que as referências a noções como 'perspectiva' e 'ponto de vista', bem como à idéia de um 'pensamento indígena', remetem àquele trabalho. As regras do jogoO 'antropólogo' é alguém que discorre sobre o discurso de um 'nativo'. O nativo não precisa ser especialmente selvagem, ou tradicionalista, tampouco natural do lugar onde o antropólogo o encontra; o antropólo-go não carece ser excessivamente civilizado, ou modernista, sequer estrangeiro ao povo sobre o qual discorre. Os discursos, o do antropólo-go e sobretudo o do nativo, não são forçosamente textos: são quaisquer práticas de sentido 1 . O essencial é que o discurso do antropólogo (o 'observador') estabeleça uma certa relação com o discurso do nativo (o 'observado'). Essa relação é uma relação de sentido, ou, como se diz quando o primeiro discurso pretende à Ciência, uma relação de conhecimento. Mas o conhecimento antropológico é imediatamente uma relação social, pois é o efeito das relações que constituem reciprocamente o sujeito que conhece e o sujeito que ele conhece, e a causa de uma transforma-
▪ Abstract This review discusses changes in Amazonian indigenous anthropology since the synthesis presented in the Handbook of South American Indians. The past few years have seen the emergence of an image of Amazonia characterized by a growing emphasis on the complexity of indigenous social formations and the ecological diversity of the region. This new image of society and nature is taking shape in a theoretical context characterized by the synergistic interaction between structural and historical approaches, by an attempt to go beyond monocausal explanatory models (whether naturalistic or culturalistic) in favor of a dialectical view of the relations between society and nature, and by hopes of a “new synthesis” that could integrate the knowledge accumulated in the fields of human ecology, social anthropology, archeology, and history.
Este trabalho discute o significado do "perspectivismo" ameríndio: as idéias, presentes nas cosmologias amazônicas, a respeito do modo como humanos, animais e espíritos vêem-se a si mesmos e aos outros seres do mundo. Essas idéias sugerem uma possibilidade de redefinição relacional das categorias clássicas de "natureza", "cultura" e "sobrenatureza" a partir do conceito de perspectiva ou ponto de vista. Em particular, argumenta-se que a antinomia entre duas caracterizações do pensamento indígena: de um lado, o "etnocentrismo", que negaria os predicados da humanidade aos humanos de outros grupos; de outro, o "animismo", que os estenderia a seres de outras espécies, pode ser resolvida se se considerar a diferença entre os aspectos espirituais e corporais dos seres.
This study discusses the meaning of Amerindian "perspectivism": the ideas in Amazonian cosmologies concerning the way in which humans, animals, and spirits see both themselves and other world beings. Such ideas suggest the possibility of a redefinition of the classical categories of "nature", "culture", and "supernature" based on the concept of perspective or point of view. The study argues in particular that the antinomy between two characterizations of indigenous thought - on the one hand "ethnocentrism", which would deny the attributes of humanity to humans from other groups, and on the other hand "animism", which would extend such qualities to beings from other species - can be resolved if one considers the difference between the spiritual and corporal aspects of beings
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