Este texto contempla reflexões sobre as incursões que fiz em dois quilombos catarinenses como parte de minha pesquisa de doutorado em educação. A motivação central foi a de compreender e analisar, por meio de um estudo etnográfico, o lugar que as crianças quilombolas ocupam, como são suas práticas e experiências, e o que elas ‘expressam’ sobre as relações educativas que se estabelecem no espaço institucionalizado da educação infantil e no espaço da comunidade quilombola onde moram. A perspectiva teórica direcionou-se para uma interlocução entre os campos da Pedagogia, Sociologia da Infância e Antropologia. Embora a pesquisa ter se dado também na educação infantil, abarco, todavia, neste texto observações a partir dos lugares e dos tempos ocupados pelas crianças nos quilombos, em especial aludindo a seus diferentes jeitos de ser, de se expressar nos momentos de brincar. A pesquisa evidencia um alto grau de cumplicidade, autonomia e criação de brincadeiras entre as crianças nos quilombos e demostra que suas formas de expressão ou de sociabilidade podem suscitar outras maneiras de pensar a educação institucionalizada.
O texto que segue tem como origem uma investigação de mestrado, em que a motivação central foi procurar compreender as práticas educativas desenvolvidas em uma instituição de educação infantil pública do município de Florianópolis. Foram sujeitos da pesquisa um grupo de20 crianças com idade entre 3 a 4 anos. A análise recorta dessas práticas as relações estabelecidas entre adultos e crianças no interior da instituição, especialmente aquelas situações consideradas pelos adultos como de “transgressão” por parte das crianças. Destaco aqui o percurso metodológico do trabalho com o objetivo de registrar as possibilidades de pesquisa com as crianças ressaltando sua condição de sujeitos sociais plenos e, portanto, interlocutores capazes para dizerem de si mesmas. .As relações entre pares revelaram um certo grau de cumplicidade da formulação de estratégias pelas quais “burlavam” algumas das regras impostas pelos adultos. Tais observações constituem um alerta e uma orientação para aqueles que pretendem construir uma pedagogia que transite da regulação para a emancipação dos sujeitos. Palavras-chave: Educação Infantil; Metodologias de Pesquisa; Transgressão
O presente texto examina as práticas educativas desenvolvidas em uma instituição de educação infantil pública com o intuito de analisar as relações estabelecidas entre os adultos e as crianças no interior da instituição e também as relações que as crianças estabeleciam entre si (relações entre pares) no sentido de perceber as múltiplas estratégias criadas pelas crianças no complexo processo de acomodação, resistência e reinvenção que desenvolvem como forma de atender aos desejos e interesses que possuem. Para dar visibilidade a tais manifestações utilizamos diferentes recursos metodológicos: registros escrito, fonográfico e fotográfico; dramatizações, narração de histórias, produção de desenhos e observação. Os jeitos de agir das crianças indicam-nos um aprendizado social de como lidar com as estruturas impostas e reforça a idéia de redes de aprendizagem construídas no sentido horizontal-entre pares-e vertical-entre Adultos e crianças. A importância de buscar conhecer o que as crianças sentem, pensam e desejam advém de uma perspectiva teórica que considera as crianças como sujeitos sociais competentes para dizer de si mesmos. Perspectiva que considera a ação humana e a alteridade como fatores fundamentais para a construção de relações autônomas que respeitem as diferenças sem deixar de combater as desigualdades sociais.Palavras-chave: educação infantil; relação adultos e crianças;regulação, participação. I. Sociologia da Infância: novas reflexões que auxiliam a compreensão da educação das crianças pequenasDe acordo com o dinamarquês Jens Qvortrup (1999), a década de noventa constitui um marco temporal das discussões sobre a infância no campo da sociologia. Foi somente em 1990 que os sociólogos da infância reuniram-se pela primeira vez para identificar a presença das crianças como objeto sociológico, muito embora a emersão da produção da Sociologia da
Entrevista concedida a Elaine de Paula, co-editora da revista "Zeroa-Seis" e doutoranda em educação na Universidade Federal de Santa Catarina, durante as atividades de campo que realiza como parte de sua pesquisa em andamento, a qual tem como foco a compreensão do lugar ocupado pelas crianças quilombolas em dois de seus contextos de vida: no quilombo onde moram e na instituição municipal de educa ção infantil que freqüentam diariamente. O entrevistado, Manoel dos Passos Matias Pereira, é presidente da "Associação Remanescente do Quilombo Aldeia" e um dos lideres da Comunidade Aldeia, localizada no Município de Garopaba, Santa Catarina.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.