As lesões autoprovocadas de forma intencional podem ser classificadas entre comportamento suicida e autoabuso. O comportamento suicida engloba fenômenos ligados ao suicídio, dos quais os mais relevantes são o suicídio propriamente dito (óbito) e a tentativa de suicídio. Estudo epidemiológico descritivo, realizado por meio de levantamento de dados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), compreendendo o período de janeiro de 2014 à dezembro de 2019, utilizando faixa etária, sexo, cor/raça, escolaridade, estado civil e local de ocorrência como variáveis. Para análise dos dados foi utilizado cálculo de porcentagem utilizando o Microsoft Office Excel. No período analisado foram registrados 46 óbitos por lesões autoprovocadas intencionalmente, sendo que ao longo dos anos houve aumento do número de casos. Em 2019, foram registrados 18 óbitos por lesões autoprovocadas intencionalmente, e, quanto ao perfil das vítimas foi evidenciado que o maior número de casos ocorreu entre homens (94%), na faixa etária dos 20 a 29 anos (50%), com maior incidência na raça/cor parda (56%) com nível de escolaridade de 8 a 11 anos de estudo (67%), solteiros (61%), sendo que metade desses óbitos ocorreram no domicílio. O reconhecimento deste perfil de pacientes suicidas permite que os gestores e profissionais de saúde locais utilizem esses dados para orientar ações que visem a diminuição do número de óbitos por suicido por meio da promoção da saúde e prevenção, principalmente, porque também foi observada uma tendência de elevação dos casos no município desde 2014.