acumulou sobre o homem tão numerosos e diversos conhecimentos como a nossa [...] Nenhuma época conseguiu tornar esse saber tão pronta e facilmente acessível. Mas nenhuma época tampouco soube menos o que é o homem" (HEIDEGGER, 1997
O artigo em questão busca discorrer acerca das exigências, ou melhor dizendo, das convocações que a tarefa de atuar e ensinar Gestalt-terapia nos traz, considerando algumas peculiaridades que atravessam esse fazer gestáltico no contexto acadêmico. Ressaltamos que o eixo central de nossa narrativa apoia-se na ideia do cuidado enquanto prática e intervenção nas múltiplas ações e proposições que constituem a formação universitária em psicologia, perpassando pela nossa compreensão e atuação na clínica gestáltica. Ao afirmarmos a dimensão sensível da abordagem gestáltica, discutimos a articulação da sensibilidade e do cuidado como uma política ontológica, destacando a responsabilidade que temos de produzir mundos com nossas práticas. Nesse sentido, o texto tem a proposição de discutir e pensar nossas práticas durante todos esses anos na interseção entre a universidade, a clínica e a vida. Esse movimento, portanto, enfatiza a impossibilidade de separação entre tais aspectos numa abordagem visionária como é a Gestalt-terapia, cujo fundamento principal é a experimentação. Finalizamos ressaltando a importância da valorização das pequenas ações, afastando-nos de uma certa espetacularização desse fazer, cuja a dimensão política se desdobra no cotidiano.
Este artigo nasce de inquietações e questionamentos disparados por ecos das falas de alunos da Graduação em Psicologia. Acreditando que as disfunções relacionais se estabelecem pelo abandono da confirmação do outro enquanto ser legitimo em sua alteridade, a autora apresenta um projeto de extensão como espaço de acolhimento e cuidado na universidade, tema que se transformará, posteriormente, em objeto e método de sua pesquisa de doutorado. Em seu trabalho, referencia-se no cuidado que se dá como exigência ontológica dos mundos relacionais, na busca de ampliação de entendimento de nossos modos de existência. Inspirada na noção de cuidado desenvolvida por Annemarie Mol, a autora propõe em sua prática, inclusive a de pesquisa, a mapear, contactar e narrar o que é colocado à margem, os desacertos, os não ditos na elaboração do conhecimento em nossas pesquisas e com eles, talvez, tornar visível as demandas, articulações, afetações presentes no cotidiano acadêmico. Afinada com a diretriz de pesquisa do Laboratório PesquisarCOM (UFF), a autora afirma a pesquisa como uma prática performativa que se faz com o outro e não sobre o outro.
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