Introdução: No Transtorno de Ansiedade Generalizada [TAG] observa-se prevalência de sintomas de ansiedade, perturbações do sono, irritabilidade, nervosismo persistente, tremores, tensão muscular, palpitações, tonturas e desconforto epigástrico, causando malestar e afetando negativamente a homeostase. Os mamíferos, inclusive os humanos, se acalmam ao receber cuidados maternos no início da vida, graças à ação regulatória conjunta do comportamento de apego e da liberação do neuropeptídeo ocitocina [OT]. Possivelmente por atenuar estados excitatórios, essa situação favorece o adormecer. Em seres humanos, a maternagem favorece, ainda, a criação de um forte e duradouro laço amoroso e estado de bem-estar e calma na díade mãe-bebê. Objetivos: Investigar possíveis relações entre OT, apego, e aspectos psicofisiológicos e homeostáticos de sono/insônia em pessoas com TAG. Desenho: Pesquisa translacional em neurociências, com N=27 participantes adultos do sexo masculino, diagnosticados com TAG, randomizados em grupo experimental [GE] e placebo [GP]. Hipótese: Após a intervenção, (administração de OT IN ou soro fisiológico) o GE deve apresentar, em relação ao GP, um estado de calma e bem-estar caracterizado pela diminuição nos níveis de cortisol salivar, no nível de ansiedade, e numa melhora dos afetos positivos e negativos [regulação ocitocinérgica], o que, por sua vez, deve favorecer o processo de adormecimento. Material e métodos: Entrevistas inicial e final; dados sociodemográficos; escalas sobre apego, ansiedade, afetos positivos e negativos, diário do sono. Após a randomização, GE e GP receberam respectivamente, de modo duplo-cego, spray com OT intranasal e soro fisiológico, duas vezes ao dia por quatro semanas, com avaliação de cortisol salivar, ansiedade e afetos antes e após a intervenção. Resultados: Os resultados finais, quando comparados com a linha de base, mostraram que o GE apresentou uma diminuição nos níveis de cortisol salivar e melhora na ansiedade e nos afetos, em relação ao GP. Ambos os grupos apresentaram redução na média de horas de sono, mas, qualitativamente, o GE teve desfecho melhor que o GP. Ambos os grupos apresentaram perfil de apego semelhante, com maiores índices de Superproteção do que de Cuidado, tanto materno quanto paterno, e prevalência do vínculo de tipo Controle Afetivo. Conclusões: Os resultados mostraram que as intervenções experimental e placebo estiveram associadas a índices mais altos de afetos positivos, e mais baixos de afetos negativos, ansiedade, e cortisol salivar nos dois grupos; no entanto, no GE esses resultados foram mais acentuados, e estiveram qualitativamente associados a melhora no humor, nas relações sociais e na qualidade do sono. Com relação ao apego, os resultados indicaram que os participantes receberam mais controle e superproteção do que cuidados amorosos de seu meio familiar. Palavras-chave: Apego ao Objeto. Ocitocina. Sono. Ansiedade. Homeostase.
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