O Programa de Alimentação Escolar tem se resumido, muitas vezes, no fornecimento de lanches ou refeições no intervalo das atividades escolares. Entretanto, existem possibilidades, que podem ser usadas pelo nutricionista responsável pelo Programa, para desenvolver atividades educativas em nutrição, visando a promoção da saúde da comunidade escolar. Estas atividades exigem a revisão das funções do Programa, a fim de que se aproveite esse espaço para discutir sobre fatores condicionantes dos hábitos alimentares, fatores influentes na produção, distribuição e acesso aos alimentos, entre outros. Considerar todas as atividades escolares como educativas favoreceria a integração de todos os funcionários, escolares e familiares que atuam nesse ambiente, incluindo merendeiras e nutricionistas. Promover oportunidades para discutir as condições de saúde no local de trabalho contribuiria para a produção de conhecimentos e para o desenvolvimento de práticas educativas contínuas, essencial nesses tempos de rápidas transformações.
RESUMO Este artigo apresenta e discute as bases teórico-conceituais de uma combinação de estratégias e métodos utilizados na educação de profissionais da Saúde no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, com ênfase nas abordagens interdisciplinar e interprofissional. As reflexões produzidas foram baseadas em 11 iniciativas de educação pós-graduada realizadas entre 2009 e 2017. Foi realizada a análise documental do projeto pedagógico dos cursos de especialização intencionalmente selecionados, à luz dos conceitos de interdisciplinaridade e interprofissionalidade. Os referenciais metodológicos da perspectiva fleckiana e dialógica possibilitaram a análise e discussão das estratégias e métodos identificados. A superação da justaposição tanto de enfoques disciplinares quanto de perspectivas de diferentes profissões requer a disseminação de experiências educacionais e de trabalho que viabilizem interações entre diferentes coletivos de pensamento, de modo a possibilitarem a emergência de um estilo de pensamento interprofissional e práticas colaborativas.
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para cursos de Medicina orientam mudanças nos currículos e processos de ensino-aprendizagem-avaliação para desenvolvimento de competências e habilidades profissionais. O presente trabalho, iniciativa da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem), investiga os significados e a apropriação da noção de competência por estudiosos da avaliação educacional na medicina. Foram realizadas dez entrevistas mediante roteiro com questões abertas e respondentes selecionados a partir de sua produção acadêmica sobre o assunto. Suas narrativas foram submetidas a análise de conteúdo mediante análise temática. Os resultados enfocam o significado da competência, o papel dos sujeitos e do contexto na construção da competência e a relação entre avaliação de competência e construção da integralidade em saúde. Observa-se que, embora de modos heterogêneos, o conceito de competência tem sido apropriado de modo fértil pelos especialistas brasileiros. No entanto, o estudo sugere que a consolidação de uma "cultura de avaliação" nas escolas médicas demandará investimentos em núcleos de estudo e pesquisa para aprofundamento de conceitos, objetivos, seleção de conteúdos, pactuação de critérios, elaboração de instrumentos e treinamento de avaliadores nas instituições brasileiras.
Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) desempenham papel fundamental na atenção integral à saúde dos trabalhadores, cadastrando e recolhendo informações sobre o perfil sociodemográfico desta população, identificando atividades produtivas desenvolvidas no domicílio e peridomicílio e os possíveis fatores de risco para a saúde dos trabalhadores. Este estudo baseia-se no referencial das competências e busca compreender o processo de trabalho do ACS, valorizando seu saber fazer e sua percepção sobre as relações trabalho-saúdedoença, para orientar os processos de capacitação. Foi desenvolvido em um município da região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais e utilizada a técnica card colection, que integra o método VIPP (Visualization in Participatory Programmes). Foram identificadas ações nas áreas de competência: promoção da saúde/ prevenção de doenças e organização do cuidado. Os resultados reforçam a importância de novos estudos que considerem as mudanças no processo de trabalho do ACS ao se pretender desenvolver ações de saúde do trabalhador.
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