Introdução: O transplante hepático é o tratamento de escolha para pacientes com algumas hepatopatias. Apesar da imunossupressão a que são submetidos os receptores de órgãos sólidos representar importante fator de risco para infecções de etiologia viral, a COVID-19 apresentou evolução discrepante nestes pacientes. A pandemia causada pelo novo coronavírus teve grande impacto nos transplantes de órgãos sólidos de modo global, e não se restringiu apenas a aspectos de doadores ou destinatários, mas também à disponibilidade de recursos da saúde, uma vez que os sistemas encontraram-se saturados para manejo dos pacientes com COVID-19. Objetivo: Avaliar, de forma narrativa, os principais impactos da pandemia da COVID-19 sobre os transplantes hepáticos, a nível nacional e global, discutindo desde o atual cenário dos transplantes de fígado até o quadro clínico e manejo dos pacientes transplantados infectados pelo SARS-CoV-2. Métodos: Estudo não experimental, descritivo, do tipo revisão bibliográfica narrativa. Discussão: Observou-se reduções drásticas dos transplantes de doadores cadavéricos na França e nos Estados Unidos, correspondendo a 90,6% e 51,1% respectivamente. O Brasil teve redução de 7,9%. O quadro clínico da COVID-19 em pacientes pós-transplante hepático ocorre de modo semelhante à população geral. No que diz respeito ao índice de mortalidade, a taxa entre os transplantados ficou em torno de 4,8%, dado que corresponde ao índice observado na população em geral. Supõe-se que a gravidade da COVID-19 está associada a um estado hiper inflamatório, e portanto, a terapia imunossupressora poderia apresentar benefícios na evolução do quadro. No que diz respeito ao manejo desses pacientes, o principal desafio encontrado é a manutenção dos imunossupressores, que devem ser mantida em casos leves e possivelmente reduzidos a partir de casos moderados. As recomendações das Sociedades de Transplantes e dos guidelines sugerem que há segurança na realização do transplante hepático durante a pandemia da COVID-19, sendo discutidos riscos e benefícios em cada equipe. Conclusão: Conclui-se que as informações ainda se mostram insuficientes e há necessidade de mais estudos a respeito do tema para direcionar de forma mais efetiva as decisões relacionadas ao risco-benefício da realização do transplante hepático diante do atual cenário e padronizar o manejo adequado desses pacientes.
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