Os conselhos de saúde são espaços de participação da sociedade civil organizada na gestão da política pública do setor, garantidos pela Lei Orgânica da Saúde. Este relato de experiência objetiva refletir sobre a trajetória percorrida por uma equipe de residentes multiprofissionais em saúde da família, para contribuir no resgate da participação popular em um Conselho Local de Saúde, destacando as potencialidades e as fragilidades desse processo. Foram identificadas como potencialidades: a construção de vínculos entre os profissionais e os usuários; o desenvolvimento de ações coletivas; o apoio da gestão local e a formação dos profissionais para que estes incentivem e legitimem a participação popular nos serviços de saúde. Dentre as fragilidades, o pouco envolvimento dos profissionais e usuários nos movimentos sociais, e o descrédito dos mesmos quanto à efetividade da participação popular. Considerando o CLS como um espaço legítimo e necessário e por reconhecer a importância da participação da população para a efetivação das políticas públicas de saúde, é que os residentes retratam no texto as principais conquistas e limitações enfrentadas na reativação do Conselho Local de Saúde.
O estudo tematiza a conjuntura pandêmica que impôs alterações significativas nos modos de vida e trabalho do conjunto de trabalhadores, não estando os assistentes sociais isentos disso, principalmente por muitos estarem na linha de frente em ações de assistência, prevenção e controle da doença, e objetiva problematizar os impactos da pandemia Covid-19 para o trabalho do assistente social em seus diversos espaços sócio-ocupacionais. Optamos pela abordagem qualitativa com uso de recursos quantitativos, com instrumento de coleta de dados questionário eletrônico, enviado por e-mail aos sujeitos informantes. Nosso universo foi composto por 201 assistentes sociais das cinco regiões brasileiras (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste), em exercício no contexto de pandemia. Imersos em uma crise nacional multifacetada, esses trabalhadores tiveram impactos significativos em suas condições de trabalho, nas relações com as instituições e com suas famílias, bem como em sua saúde mental. Isso aponta para os custos históricos do desfinanciamento das políticas sociais no país; para a precarização de uma força de trabalho especializada, bem como para o paradoxo de que, mesmo fragilizado, os brasileiros precisam cada vez mais de um sistema de proteção sólido, reafirmando os obstáculos entre a expectativa social e a realidade operacional das políticas sociais.
O Núcleo de Apoio à Saúde da Família - NASF é uma iniciativa de apoio matricial que, inscrito no cenário nacional em 2008, prevê a inserção de equipes multidisciplinares no cotidiano do trabalho da atenção básica. Percebeu-se que a atuação no NASF possibilita uma nova forma de inserção deste profissional na política de saúde e que os sujeitos do estudo demonstram entusiasmo com a proposta do NASF em face de suas potencialidades. Nas considerações finais, é apontada a necessidade de atuar na perspectiva do matriciamento, tendo em vista a interdisciplinaridade e a superação do modelo médico – hegemônico.
O presente artigo objetiva problematizar a configuração da proteção social brasileira, bem como seus efeitos no trabalho em serviços no contexto pandêmico. Enquanto procedimentos metodológicos, prezou-se pela abordagem qualitativa, com o uso de recursos quantitativos. Além da revisão de literatura que subsidiou as reflexões, também foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário eletrônico direcionado a assistentes sociais brasileiros em exercício no contexto de pandemia, do qual obtivemos 201 retornos, com respostas das cinco regiões brasileiras (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro Oeste). As problematizações expostas indicam um aprofundamento das ofensivas ao sistema de proteção social brasileiro no contexto pandêmico, as quais ampliam desigualdades, precarizam o trabalho e destituem direitos. Do ponto de vista deste estudo, apontam-se para o seu aprofundamento a intensificação e a individualização no trabalho em serviços.
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