American Mary (2012) is a film directed by the Canadian sisters Jen and Sylvia Soska. It is centered upon the body as a locus where horror dwells. On the one hand, Mary's body itself constitutes a repository for myth: she is a metaphorical vampire and she can also be said to give life to the legend of Bloody Mary. On the other hand, the bodies that Mary radically modifies in the sequence of her surgeries operate within the cinematic narrative as real monstrous creations, in the sense that they inform a kind of corporeality that is deviant with reference to the acceptable social patterns. In this way, Mary can be said to incorporate a female version of Mary Shelley's character, Victor Frankenstein. Therefore, the body is explored in an urban and violent environment, within a hybrid context where several horror subgenres co-exist: slasher, torture porn, surgical, and rape-revenge. All these aspects require a reflection regarding the female protagonist and potentiate a redefinition of the concept of the final girl.
KEYWORDS:Body; Horror; Blood; Monstrosity.
RESUMO:American Mary (2012) é um filme realizado pelas irmãs Canadianas Jen e Sylvia Soska, centrado na problemática do corpo enquanto foco de horror. Por um lado, o corpo de Mary constitui ele próprio um repositório mitológico: ela é uma emanação da figura do vampiro, e o seu corpo também dá vida à lenda de Bloody Mary. Por outro lado, as criações da jovem, os corpos modificados, funcionam na narrativa cinematográfica como criações monstruosas, aludindo à obra de Mary Shelley, e transformando-a numa versão feminina de Victor Frankenstein. Assim, o corpo é explorado num ambiente urbano e violento, num contexto que reúne convenções de vários subgéneros no âmbito do horror, tais como, o slasher, o torture porn, o rape-revenge e horror cirúrgico, aspetos estes que reclamam uma reflexão sobre a protagonista feminina, e que exigem uma redefinição do conceito de final girl.