O presente artigo tem por objetivo discutir a representação social da aids, considerando as relações de poder presentes na produção de discursos sobre a doença. Para tanto, analiso textos literários do escritor brasileiro Caio Fernando Abreu, em que a doença aparece como temática, principalmente abordando sua experiência de adoecimento. Tendo em vista a histórica importância da participação dos doentes no combate à epidemia de HIV/Aids, e ao preconceito a ela relacionado, acredito que a narrativa da experiência de adoecimento de Abreu traz importante contraposição nos discursos de culpabilização e preconceito presentes no contexto epidêmico.
<p>É muito comum que estudantes olhem para seus professores e não consigam imaginar que estes também foram estudantes. Estar diante de um profissional com a carreira consolidada muitas vezes não nos permite dimensionar a trajetória que nela resultou. A pesquisadora Dilene Raimundo do Nascimento, grande referência na área de História das Doenças, nos recebeu em sua residência e nos contou um pouco de sua história, que se confunde com a própria formação do campo de estudo. Assistente social, médica, sanitarista e historiadora, a pesquisadora narra o percurso dessa formação complexa e interessante.</p>
O artigo analisa a experiência de mulheres com a Aids, sob a ótica de mães de soropositivos. Discuto como alguns modelos de comportamento historicamente atribuídos ao gênero feminino, especificamente, a maternidade, influenciam a elaboração de significados para a Aids no entender dessas mulheres. A análise se baseia em de duas autobiografias, Cazuza: Só as mães são felizes (2001), de Lucinha Araújo, e Vida de Mulher (1998), de Dayse Agra; e das entrevistas de Agra e Maria Magdalena para o acervo A fala dos comprometidos (CASA DE OSWALDO CRUZ, 1996-1998).
<p>É com muita alegria que apresentamos o dossiê <em>História da Saúde e das Doenças: experiências e perspectivas</em>, trazendo trabalhos que exploram temáticas variadas na área. Nas últimas décadas, cresceu consideravelmente a produção de pesquisas no âmbito da História das Doenças e da Saúde. As pesquisas sobre a história do conhecimento médico e científico, antes restritas ao esforço de memória dos profissionais da área, foram incorporados ao ofício de historiadores(as), abrindo um leque infinito de análises sobre a institucionalização de saberes e práticas; a ancoragem social e histórica do conhecimento médico-científico; as políticas públicas de saúde; a experiência do adoecimento etc.</p>
Resumo: O artigo tem como objetivo analisar a relação médico-paciente na experiência narrada da soropositividade na autobiografia "Depois daquela viagem", de Valéria Piassa Polizzi ( 1997). Minha hipótese central é de que o enfrentamento do diagnóstico e a elaboração da experiência com a Aids foi mediada e influenciada pela relação de poder entre os médicos e a paciente. Nesse sentido, ganham relevo os estigmas e a moralidade presentes na representação social da Aids desde os primeiros anos da epidemia, bem como alguns elementos historicamente associados ao gênero feminino.
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