Objetivo: A quimioterapia adjuvante melhora a sobrevida de pacientes com câncer pulmonar de células não pequenas (CPCNP) ressecado. No entanto, o esquema cisplatina-vinorelbina está relacionado com risco significativo de toxicidade clinicamente relevante. Nosso objetivo foi avaliar a eficácia, segurança e viabilidade da quimioterapia adjuvante para pacientes com CPCNP em um cenário de mundo real. Métodos: Estudo retrospectivo de coorte realizado em um único centro com pacientes com CPCNP em estágio I-III submetidos a cirurgia com intuito curativo entre 2009 e 2018. A quimioterapia adjuvante foi administrada a critério dos médicos. Os pacientes foram divididos em dois grupos: quimioterapia adjuvante e sem quimioterapia adjuvante (grupo controle). Os desfechos estudados foram sobrevida global (SG) e sobrevida livre de recidiva (SLR), bem como o perfil de segurança e viabilidade do esquema cisplatina-vinorelbina em um cenário de mundo real. Resultados: O estudo envolveu 231 pacientes, 80 dos quais receberam quimioterapia adjuvante. Destes, 55 receberam o esquema cisplatina-vinorelbina. As análises de sobrevida estratificadas pelo estágio do tumor mostraram que os pacientes com CPCNP em estágio II que receberam quimioterapia adjuvante apresentaram melhor SLR (p = 0,036) e SG (p = 0,017) do que os do grupo controle. Entre os pacientes com CPCNP em estágio III que receberam quimioterapia adjuvante, a SLR foi melhor (p < 0,001) e houve uma tendência a melhor SG do que no grupo controle (p = 0,060). Dos que receberam o esquema cisplatina-vinorelbina, 29% apresentaram neutropenia febril de grau 3-4, e 9% morreram em virtude de toxicidade. Conclusões: Os resultados confirmam o efeito benéfico da quimioterapia adjuvante em pacientes com CPCNP em um contexto real. No entanto, o esquema cisplatina-vinorelbina relacionou-se com taxas alarmantes de toxicidade e alternativas mais eficazes e menos tóxicas devem ser investigadas.
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