Este artigo estuda as violências simbólicas e interpessoais, vivenciadas na sociedade e no trabalho, dirigidas a lésbicas, travestis e transexuais. Contudo, para cumprir seu intento, foi preciso analisar as violências vivenciadas pelos sujeitos da pesquisa em seu contexto social mais amplo, envolvendo aspectos familiares, dentre outros, ampliando-se também a análise para além do trabalho formal. Foram entrevistados sessenta e cinco sujeitos, utilizando-se também a técnica de diário de campo para produção de dados. A análise foi realizada por meio da técnica de Análise Crítica do Discurso (ACD), utilizando-se Fairclough (1992, 1995) como principal referência para análise. Conclui-se que os entrevistados sofrem diversas formas de violência simbólica, fruto das dominações simbólicas que se instauram de forma particular em cada um dos grupos estudados. As violências interpessoais vivenciadas no trabalho têm relações estreitas com as formas de violências simbólicas relacionadas a cada grupo, e ocorrem com maior intensidade contra os travestis, pois estão mais propensos e sujeitos a sofrerem violência interpessoal por meio de agressões físicas, fato que coloca em risco a integridade física e a vida dos travestis.
This article suggests new possibilities for queer theory in management and organization studies (MOS). MOS has tended to use queer theory as a conceptual resource for studying the workplace experience of 'minorities' such as gay men, lesbians and those identifying as bisexual or transgender (LGBT), often focusing on how heteronormativity shapes the discursive constitution of sexualities and genders coded asLGBT. But this deployment is crucial and apposite but it can limit the analytical reach of queer theory, ignoring other objects of analysis such as heterosexuality. Potentially, MOS queer theory scholarship could be vulnerable to criticism about ignoring queer theory as a productive site for acknowledging heterosexuality's coercive aspects but also its non-normative forms. As such, the principal contribution of this article is twofold. First, it proposes a queering of queer theory in MOS, whereby scholars are alert to and question the potential normativities that MOS queer theory research can produce, opening up a space for exploring how heterosexuality can be queered. Second, we show how queering heterosexuality can be another site where queer theory and politics can come together in the MOS field through a shared attempt to rupture sexual and gender binaries, and challenge normative social relations. This article concludes by outlining the political implications of queering heterosexuality for generating modes of organizing in which heterosexuality can be experienced as non-normative and how it might rupture and dismantle heteronormativity.
Este artigo estudou a possível existência de discriminação no local de trabalho praticada por homossexuais contra homossexuais. Inicialmente foram analisadas pesquisas brasileiras e norte-americanas que envolvem o estudo da discriminação de homossexuais no local de trabalho. Também foram apresentados os conceitos de heterossexismo e heteronormatidade, bem como os seus efeitos sobre a discriminação de homossexuais, além da relação desses conceitos com a concepção de identidade homossexual. A pesquisa foi do tipo qualitativa, e, como instrumento de coleta de dados, utilizou-se um roteiro de entrevista semi-estruturado dividido em dois grandes blocos de perguntas. O primeiro bloco intenta entender a história de vida de cada sujeito e a maneira como ele lida com sua sexualidade no meio social em que está inserido. O segundo bloco está diretamente relacionado com o histórico e a vivência profissional dos trabalhadores. Foram entrevistados oito homossexuais trabalhadores de empresa pública e de economia mista do setor de serviços. As entrevistas foram analisadas por meio da técnica de análise do discurso (AD) desenvolvida por Michel Foucault. Conclui-se que os homossexuais têm preconceitos e discriminam homossexuais no local de trabalho. Verificou-se que a discriminação exercida contra homossexuais é algo presente no discurso dos entrevistados, pois estes materializam preconceitos em atitudes direcionadas a outros homossexuais, como não sair em público com pessoas afeminadas. Isso ocorre porque toda classificação identitária atua como um dispositivo de poder (re)produtor de valores e discursos que manifestam as relações de poder já estabelecidas na sociedade. Verificou-se que, quando os homossexuais entrevistados manifestam forte discriminação e repulsa a outros sujeitos homossexuais que sejam mais afeminados, eles intentam, ao mesmo tempo, um duplo movimento que objetiva: 1. reafirmar que a característica presente em todos os homossexuais é a afeminação, característica que faz com que sejam seres inferiores dentro da escala social estabelecida, reforçando, assim, a ideia de identidade homossexual; e 2. que eles, os entrevistados, não são pessoas inferiores, pois não apresentam essa característica identitária.
Even in organization studies scholarship that treats gender as performative and fluid, a certain ‘crystallization’ of gender identities as somehow unproblematic and stable may occur because of our methodological decision‐making, and especially our categorization of participants. Mobilizing queer theory — and Judith Butler's work on the heterosexual matrix and performativity in particular — as a conceptual lens, we examine this crystallization, suggesting it is based on two implicit assumptions: that gender is a cultural mark over a passive biological body, or is a base identity ‘layered over’ by other identities (class, race, age etc.). Following Butler, we argue that in order to foreground the fluidity and uncertainty of gender categories in our scholarship, it is necessary to understand gender identity as a process of doing and undoing gender that is located very precisely in time and space. Given this perspective on gender identities as complex processes of identification, non‐identification and performativity, we offer some pointers on how the methodological decision‐making underpinning empirical research on gender, work and organization could and should begin from this premise.
Resumo A teoria queer desenvolveu-se incialmente na década de noventa, nas ciências sociais e humanas, principalmente nos estudos literários e linguísticos, sendo posteriormente incorporada aos estudos organizacionais. Entretanto, apesar de sua aplicação aos estudos organizacionais, ainda existe uma lacuna acerca do debate sobre seus conceitos e significados. Por isso, este artigo objetiva aprofundar e revisar o debate sobre os aspectos desenvolvidos por essa teoria, focando-se nos conceitos relacionados à produção identitária e subjetiva. Para cumprir este intento, as ideias queer sobre identidade, sujeito, performatividade, performance e identificação são apresentadas e debatidas. Defende-se que a teoria queer é um verbo (ação) ao invés de um substantivo (identidade) e a aplicação de seus conceitos não se restringe somente aos estudos sobre gênero, sexualidade e minorias. Por fim, discute-se a expansão da utilização dos conceitos queer no estudo de outras formas hegemônicas de categorias identitárias presentes no mundo corporativo.
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