Considerada, muitas vezes, uma obra tendenciosa e cheia de lacunas, as Helênicas apresentam uma visão dos eventos ocorridos na Grécia a partir do olhar de Xenofonte. A narrativa das Helênicas cobre os eventos ocorridos na Grécia do ano 411 a 362 a.C., e a cisão estética e temática em 2.3.10 tem levado muitos autores a analisar as diferenças entre as duas partes da obra como resultado de ela ter sido escrita em dois momentos da vida de Xenofonte. Esse posicionamento conduziria o estudioso a fazer uma leitura distinta entre as duas partes, relegando à obra um caráter excessivamente episódico. Tomando um ponto de vista literário, sem julgamentos quanto à validade da informação histórica nela narrada, e partindo da hipótese de uma escrita contínua efetuada já no final da vida de Xenofonte, propomos uma leitura que visa compreender a construção da narrativa, buscando uma unidade temática e estrutural da obra.
RESUMO O ensino de literatura grega antiga é feito essencialmente por meio de traduções, pois, por se tratar de uma língua muito distante da nossa, demandaria muitos anos para que os alunos pudessem compreender o texto original. Uma vez que não existe uma tradução completamente equivalente para nenhum texto, escolher qual tradução usar em sala de aula passa a ser uma importante questão para o professor de literatura clássica. Se questões históricas, estéticas e pessoais determinam a forma com que cada tradutor busca efetuar seu trabalho, também está presente nas suas escolhas um horizonte de expectativa a que tipo de leitor ele está se dirigindo. A partir de nossa experiência como professor de literatura grega antiga e de traduções de Homero, discutiremos de que forma a escolha do professor deve ser feita para que os alunos não tenham um contato superficial com o poeta grego, mas compreendam os mecanismos estéticos que o tornaram um dos mais representativos poetas da história literária. Palavras-chave: Tradução; ensino; literatura grega antiga; Homero;
<p>Xenofonte, nas Helênicas II.3.36, narra a morte de Terâmenes, comentando que essa narrativa não é digna de menção em uma obra historiográfica. O objetivo desse artigo é analisar essa passagem, buscando compreender o porquê de Xenofonte sentir necessidade de se justificar ao narrar essa história. Pensamos que tal necessidade deriva do fato de Xenofonte apresentar tanto um tema distinto do historiográfico, quanto pela presença do discurso sério-cômico na obra historiográfica.</p><p><strong>Abstract:</strong> I<em>n </em>Hellenika<em> II.3.36, Xenophon recounts the death of Teramenes and observes that this narrative is not worthy of mention in a historiographical work. This article analyzes this passage and examines why Xenophon feels it is necessary to justify telling this story. This need stems not only from the fact that Xenophon presents a theme distinct from the normal historiographical subject matter but also because of the presence of serious-comic speech in his historiographical work</em>.</p>
O presente trabalho apresenta a tradução de um episódio do romance de Apuleio, As Metamorfoses 4.8-22, na qual buscou-se, por meio de uma tradução criativa, tornar visível ao leitor em português elementos de paródia do discurso épico, como o uso de um linguajar elevado, sintaxe empolada, uso de epítetos, entre outros.
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