A fronteira do Brasil com o Paraguai é marcada por um intenso fluxo de pessoas, mercadorias e capitais, explicitando fortes relações de interdependência entre as cidades vizinhas e suas comunidades. Neste universo, as práticas ilegais e legais se confundem, flexibilizando os limites socialmente impostos e criando diferentes possibilidades de desenvolvimento. O texto apresentado discute a formatação da fronteira e das relações existentes entre os trabalhadores responsáveis pela compra, transporte e revenda das mercadorias disponibilizadas em Ciudad del Este. Por meio de entrevistas qualitativas, busca-se analisar as relações sociais entre os diferentes sujeitos inseridos no "circuito sacoleiro", destacando aspectos relacionados aos processos de sociabilidade, organização e resistência.
RESUMOO objetivo do artigo é primeiramente contextualizar e sistematizar algumas referências relevantes da tradição dos estudos de fronteira nas ciências sociais. Além disso, procuramos refletir sobre a singularidade das regiões de fronteira em termos de lugares, fluxos, controles e representações. Por último, apresentamos alguns deslocamentos da agenda de pesquisa em fronteiras, apontando para a importância de pensar a fronteira como conceito sociológico em profunda articulação com outras áreas de conhecimento. Palavras-chave: fronteira; deslocamento; sociologia.
ABSTRACT
BORDERS AND DISPLACEMENTSThe purpose of the article is to contextualize and systematize some relevant references of the tradition of border studies in the social sciences. In addition, we sought to reflect on the uniqueness of frontier regions in terms of places, flows, controls and representations. Finally, we present some shifts in the research agenda about border, pointing to the importance of thinking of the frontier as a sociological concept in deep articulation with other areas of knowledge.
El objetivo de la investigación es analizar el desarrollo de las prácticas ilegales y sus relaciones con los aparatos de fiscalización y represión en la frontera Brasil-Paraguay, específicamente en los límites entre Foz de Iguazú-Ciudad del Este y Guaíra-Salto del Guairá. Metodológicamente, utilizamos entrevistas, fuentes bibliográficas y procesos criminales. A través del abordaje histórico sociológico, problematizamos las relaciones entre las prácticas ilegales y los aparatos estatales en tres momentos específicos, que representan periodos en los cuales el gobierno brasileño y los habitantes de las zonas referidas presentaron posiciones diferenciadas en relación con las fronteras. La investigación permitió concluir que la organización del mercado de trabajo y las vivencias de los habitantes de la frontera están relacionados con la intensidad de la presencia del Estado en la región estudiada.
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