Este artigo analisa como a comunicação político-eleitoral do candidato à presidência da República em 2018, Jair Messias Bolsonaro (PSL), recorreu a mitologias políticas para construir sua identidade de marca durante a corrida eleitoral. Nosso objetivo é verificar a presença de elementos míticos nos conteúdos emitidos pelo candidato e, para tanto, utilizamos conceitos de propaganda política e eleitoral, mito e discurso político, construção de mitos pela publicidade e mito como linguagem da cultura de massas num estudo de caso de sua campanha, envolvendo análise de conteúdo e de discurso, as quais indiciaram que o contexto socioeconômico, político e cultural que influenciam na mitologização dos conteúdos emitidos propiciaram a utilização de uma mitologia política conspiratória utilizada, de modo consistente, para fomentar a mobilização popular, com uso estratégico das redes sociais digitais, no processo de mi(s)tificação do então candidato, que procedeu rumo ao Palácio do Planalto.
Este artigo apresenta um estudo de caso, em andamento, sobre os imaginários que emergem da circulação de boatos sobre fraude eleitoral, bem como as disputas de sentido que engendram. A partir da análise de microtextos publicados no Twitter, localizamos elementos que ajudam a conferir verossimilhança aos boatos, entre eles, fragmentos míticos e fórmulas arquetípicas. A discussão teórica tem base nas teses de Jung e Durand, em diálogo com pesquisadores da Comunicação e da História.
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