RESUMO Introdução O atual panorama mundial e, mais recentemente, brasileiro, nos permite afirmar que os cursos de Medicina carecem de disciplinas que abordem os temas de morte, luto e comunicação de más notícias, geralmente inseridos no contexto dos Cuidados Paliativos, embora não somente em disciplinas que conduzam os futuros profissionais médicos para além do conhecimento técnico-científico, tendo em vista a necessidade dos pacientes e familiares de serem cuidados também nos âmbitos psicossocial e espiritual1. Sabemos que existem barreiras para a aplicação de técnicas de cuidados paliativos no Brasil. Entre elas, podemos destacar a falta de formação em Cuidados Paliativos da equipe de saúde, especificamente, neste estudo, dos profissionais médicos. Objetivos Identificar o nível de conhecimento em Cuidados Paliativos (CP) na formação médica dos acadêmicos de Medicina do sexto ano de uma escola de Medicina do Estado de Goiás, compreender a percepção dos acadêmicos quanto à aprendizagem referente aos CP durante a sua formação médica e discutir a inclusão de CP na formação médica da instituição do estudo e no Brasil. Método Um questionário com nove questões foi aplicado para avaliar o nível de conhecimento em Cuidados Paliativos dos acadêmicos do sexto ano de Medicina de uma escola médica do Estado de Goiás. A população do estudo foi constituída de 81 indivíduos, de ambos os sexos, maiores de 18 anos. Resultados Foi observado que 73,84% dos entrevistados souberam definir ortotanásia, 43,07% acertaram a definição de distanásia e 58,73% assinalaram corretamente sobre eutanásia. Temos ainda que 36,92% dos alunos não se consideram preparados para lidar com a terminalidade, e a maioria dos acadêmicos (74,3%) referiu déficit quanto à abordagem do tema na graduação. Conclusão Embora os acadêmicos avaliados conheçam alguns princípios dos CP, estes não são suficientes. Os alunos alegam carência na abordagem do tema, enfatizando a necessidade de implementação dos Cuidados Paliativos como disciplina obrigatória na grade curricular brasileira.
O panorama epidemiológico atual mostra um aumento de doenças crônicas ameaçadoras à vida, tornando os Cuidados Paliativos essenciais à prática médica, em todos os níveis de atenção. O papel do médico de família na atenção primária à sáude motivou a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade a elaborar um currículo baseado em competências, que incluiu os Cuidados Paliativos. Ao analisar e discutir as competências em Cuidados Paliativos, os autores identificaram a necessidade de melhorias e propuseram competências novas e ampliadas. A revisão periódica do currículo deve contemplar as mudanças e avanços na prática do médico de família e atender às demandas de cuidado, incluindo levar Cuidados Paliativos a todos.
A OMS define cuidados paliativos pediátricos como o cuidado ativo total do corpo, mente e espírito da criança e envolve, também, o apoio emocional à família. Apesar da necessidade de cuidados paliativos (CP) em diversas doenças pediátricas, como doenças crônicas e com mau prognóstico, muitas vezes, o CP se restringe aos cuidados oncológicos.
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