Objetivos: Investigar a percepção e o conhecimento de 820 mulheres usuárias do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora acerca do autoexame das mamas, a forma pela qual têm adquirido conhecimento sobre esse exame, bem como a sua associação com variáveis socioeconômicas. Métodos: Estudo transversal realizado com 820 mulheres usuárias do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, mediante entrevista estruturada. A associação entre as variáveis foi feita pelo teste do χ 2. Resultados: Na amostra, 92,4% das pacientes tinham conhecimento sobre o autoexame das mamas. Os principais meios de informação foram televisão, consulta médica e campanhas educativas com, respectivamente, 50,5%; 43,8 e 17,2%. Das entrevistadas, 68,8% consideram-se aptas a fazer o autoexame das mamas, e 61,3% o fazem. Destas, 62,4% o realizam mensalmente. Quanto ao momento ideal para realização do autoexame das mamas, 38,5% acreditam que seja logo após a menstruação; 20,5%, a qualquer momento; 17,7%, antes da menstruação; 7,4%, durante a menstruação e 15,9% não sabem. Uma taxa de 55,7% acredita não saber diferenciar o tecido mamário normal do nódulo durante o exame. Observou-se maior realização e conhecimento sobre o autoexame das mamas entre aquelas com renda superior a dois salários-mínimos (p=0,01). Conclusões: Mesmo sendo uma prática controversa, a maioria das mulheres adquire informações sobre o autoexame das mamas por meio de fontes leigas. Em decorrência disso, mais da metade das mulheres não sabe o momento ideal para a sua realização e não se sente apta para realizá-lo, justificando uma necessidade de informações técnicas adequadas e baseadas em evidências.